Vitória é inspirado no filme Mulher Invisível, neste livro o autor
tenta colocar o livro de maneira mais parecida com uma visão esquizofrênica,
sendo a história mais voltada a ficção científica.
Sobre o autor
Karl Peter Leihs é nascido em 8 do 8
de 1978, Rio de
Janeiro, e naturalizado
em Pelotas Rio
Grande do sul desde
1992, formado em
Biologia pela Universidade Católica de Pelotas e pós
Graduado na
mesma instituição.
Parte
1
Louco
Você sabia que a
cada três pessoas uma tem
problemas
psiquiátricos?
Isso porque conheci
um cara tão louco que nunca matou uma aula na escola e muito menos ainda na
faculdade, um verdadeiro caso perdido.
Louco é aquele que usa gravata e terno, ou
aquela
que “fica toda
bonita pro chefe”, e se duvidar
recebe até um
assobio.
Louco é aquele que não bebe, não fuma e fica
em
casa estudando
em uma noite de festa.
Louco não vai à
festa; vai a bailinho.
Louco é aquele
que acorda cedo todos os dias.
Louco só fica de
ressaca com café e atestado
médico, isso se
é que bebe.
Louco tem
horário a cumprir.
Louco é aquele
que trabalha quarenta horas por
semana.
Ou pior!
Tem louco que
ainda vai trabalhar no fim de semana
E tem gente tão
louca! Mas tão louca que se casa
e vive a vida
toda com uma mesma mulher! Esses sim, são
psicóticos.
Cuidado! Se você
tem um desses sintomas, você
precisa de ajuda
psiquiátrica urgente, pois talvez
você seja uma
dentre três com problemas psiquiátricos...
Assinado: Homem
Normal
Parte
2
Os
personagens
Porto alegre, 5
de março, Sexta-feira (No
refeitório da
Biologia da PUC, 7h30 da manhã)
- Normal? Eu? Você
precisava ter me
conhecido em
outras épocas, mi amore.(Paul,
1,75 de altura,
magro moreno, cabelo liso
com barba).
- É mesmo? Quando?
(Gislaine, morena de
cabelo liso
channel, 1,70 de altura e magra).
- Por exemplo...
quando eu tinha 6 anos, eu
adoro falar
sobre isso, assistia filmes muito...
ãh, como diria ?
(Paul)
- Marcantes.(Gislaine)
- Isso mesmo, mi amore.(Paul)
- Na verdade Paul
você quer dizer com muito
ketchup (sangue)
e muitos gritinhos de
“HELP ME PLEASE”
. (Gislaine)
- Exatamente,
doutora Gislaine! (Paul)
- Doutora? até
onde eu sei só tenho mestrado,
não doutorado,
querido, infelizmente.
(Gislaine)
- Bom, você pode
ter mestrado em Botânica,
porém é doutora
em homens, e é uma pena
que em nossas
universidades e colégios não
se tenha uma
disciplina tão útil.(Paul)
- É mesmo Paul
Guilhermo, e como seria o
nome desta “TÃO
ÚTIL DISCIPLINA”.
(Gislaine)
- Como entender e agradar
os homens. O que
acha? (Paul)
- Que lindo nome,
por que será que ainda não
pensei nisso?
(Gislaine)
- Não sei; vai ver
é instintivo.(Paul)
- Ou vai ver eu
não sou e nem quero ser boa
nisso, “Mr.”
Paul. (Gislaine)
- Pode não querer
ser, mas é sim, porque tudo
o que você faz é
me agradar e me mimar.
(Paul)
- Não, Paul, é só
coincidência. Temos muito
em comum, como gostar
de música,
de alguns filmes,
tirando aqueles com ketchup e
naves espaciais
de que você gosta tanto.
Claro como
poderia me esquecer da nossa
idade, mês, dia
e ano são os mesmos! O que
nos difere
mesmo, na minha opinião, e aos
olhos vistos de
nossos conhecidos, é seu
horroroso
cigarro e tendência severa ao
alcoolismo e
seus “viciantes” e “chatinhosos”
jogos de xadrez
com aquele tarado do Bruno,
o que, aliás,
Paul, é outra coincidência muito
marcante em sua
vida. E ele tem os mesmos
defeitos que
você, porém, com um tempero
exageradamente
maior de “irritância”,
grosseria,
machismo e é claro, com os
mesmos vícios de
tabagismo e alcoolismo.
Tudo isso bem
menos acentuado faz de você,
Paul, um sonho
de homem comparado a ele, e
é por isso que
estamos morando juntos há
dois
anos.(Gislaine)
- E também, amor,
o que nos temos em
comum é o fato
de nós dois gostarmos do
meu romantismo
com as mulheres.(Paul)
- Acredito, Paul,
que seu romantismo hoje
começou com mi amore
e terminou com eu
sou o melhor
homem do mundo! Mas ,
mesmo assim , eu
te amo, Paul Guilhermo, e
saiba que não se
livrará de mim tão cedo, se é
que é essa a sua
intenção !?!(Gislaine)
- Não, não é minha
intenção. Acredite ou não,
talvez eu possa
te aguentar por mais um ano;
ou quem sabe até
um ano e meio ou dois se
bobear.(Paul)
- Acredito em
você, eu juro, eu tenho certeza
de que você
aguenta mais dois anos comigo!
O que eu não
creio muito é que você consiga
aguentar um dia
sem mim!( Gislaine)
- Te amo,
Gislaine.( Paul )
- Falando em amor,
adivinha só quem está
vindo se juntar
a nós, Paul?(Gislaine )
- Nãoo, é
ele!?!(Paul)
- Sim, Paul, é
ele, seu amigo, exemplo de
homem e ser
humano: Bruno.(Gislaine)
- E aí, moçada!?!
Papai chegou para animar a
festinha!
Sentiram minha falta?(Bruno,
cabelos lisos e
curto, castanho meio grisalho,
de 1,80 de
altura e magro)
- É claro, Bruno,
que mulher não sentiria sua
falta?(Gislaine
)
- Gislaine, não começa
“aporcalhando” meu
dia, e vê se
sossega seu facho e aproveita a
minha presença.(
Bruno)
- Claro, e a
propósito, me sinto lisonjeada ao
comer ao lado do
macaco mais evoluído do
planeta e mais
importante da universidade. E
acredito que se
tudo der certo para
humanidade, sua
espécie, a espécie Bruno,
será extinta
daqui alguns anos devido ao
excesso de
cigarro e cerveja.( Gislaine )
- Eu também te
amo, Gislaine , mas a
propósito, Paul,
você vai poder sair hoje
comigo ou sua
mulher, se é que isso é uma
mulher, lhe
deixou de castigo?( Bruno )
- Nem eu e nem
você poderemos sair hoje
Bruno, pois o
coordenador do curso quer que
estejamos na
reunião às nove da noite e
amanhã de manhã
temos o coquetel de boas
vindas dos
vestibulandos , que entraram no
curso de Biologia
e eu prometi ao
coordenador do
curso que eu e você
estaríamos lá na
reunião e no coquetel , nem
que eu
precisasse levar você amarrado ou de
ressaca ! (Paul)
- Paul, você
arrumou uma boa pra mim, o que
eu faço agora
?(Bruno)
- Quem sabe você
não vai à reunião hoje,
Bruno, e no
coquetel amanhã.(Paul)
- Tá louco, Paul!
Você me conhece, sabe que
se eu ficar uma
sexta à noite sem cerveja e
gatinhas eu
morro! (Bruno)
- Morre se não for
aos seus compromissos, e
eu morro junto!
O coordenador disse
que nos enforcaria
se não fôssemos.(Paul )
-- Eu não posso
com isso! Nenhum salário do
mundo vale
isso!(Bruno)
-- Não olhe para
mim, desde que cheguei aqui
tenho sido sua
babá e quando você apronta sou
eu que levo!
Então seja um bom amigo e vamos
fazer o que devemos
fazer! (Paul)
-- Vou falar com
ele Paul, tenho certeza que ele
vai nos
liberar.(Bruno)
-- Bruno, Bruno,
Bruno, eu conheço essa cara! O
que você sonha
em aprontar?(Paul)
-- Eu não sonho
nada, eu vou aprontar! (Bruno)
-- É claro que
vai, e sem me incluir nisso eu
espero!(Paul)
-- Bruno , acho
que tem um admirador seu
chegando aí!
(Gislaine)
-- Com licença,
o senhor poderia apagar o
cigarro!?! Aqui
é proibido fumar!(Garçom)
-- Mas eu não
tenho nenhum cigarro! Você está
louco?(Bruno)
-- Por favor
senhor ...! (Garçom)
-- Isso aqui é
uma cigarrilha, não é cigarro e pelo
que me consta na
placa ali ao lado, só é proibido
fumar cigarro.
(Bruno)
-- Por favor
senhor ...! (Garçom)
-- Sem problemas
garoto! Eu só estava
brincando! Já
estou apagando!(Bruno)
-- Obrigado
senhor! Tenha um bom apetite!
(Garçom )
-- É Bruno, eu
sempre soube que a educação e a
sua falta de
senso de ridículo eram suas qualidades
mais marcantes.
(Gislaine)
-- Paul, me diz,
qual o problema dela hoje? Será o
meu desodorante?
(Bruno)
-- Não acabou
Bruno, tem mais admiradores
seus
chegando.(Gislaine)
-- Oi ,
professor tudo bem? (Aluna Viviane)
-- Tudo bem
minha “querida’’ aluna.(Bruno)
-- Professor, eu
queria confirmar a janta sexta de
noite. Você pode
me pegar lá pelas 23:00
horas?(Aluna
Viviane)
-- Não dá minha
querida, surgiu um
compromisso que
eu aparentemente não posso
adiar, mas qualquer
coisa te ligo, tá bom?(Bruno)
-- Tá Legal !
Tchau ! Vou para a aula.( Aluna
Viviane )
-- Tchau
querida! (Bruno)
-- E
aí...hein!?! Bruno! (Paul)
-- É, só assim
ele consegue... também com
quarenta e dois
anos.(Gislaine)
-- O que eu
consigo? Do que vocês estão
falando? Eu não
entendi!(Bruno)
-- É Bruno, nós
entendemos que você não
entende; fica
tranquilo! Seu segredinho esta
guardado a sete
chaves. (Paul)
-- Eu não posso
com isso ! como vocês podem?
A Vivi é minha
estagiária e a gente só ia se
encontrar para
conversarmos sobre o projeto das
tartarugas.(
Bruno )
-- A Vivi!?! Que
carinhoso nome, deve ser uma
aluna “beeem”
especial!( Gislaine )
-- Bom pessoal,
tenho uma aula pra dar agora às
oito, vejo vocês
depois! Tchau!(Paul)
-- Tchau, até
mais! (Bruno e Gislaine)
-- É Gislaine,
ficamos nós dois sozinhos.(Bruno)
-- Não por muito
tempo.(Gislaine)
-- A onde você
vai “chatinha”?(Bruno)
-- Até o xerox,
tenho que deixar um material
sobre plantas
para os alunos lerem e depois vou
pra casa.
(Gislaine)
-- Que horas
você tem que dar aula hoje
Gislaine?
(Bruno)
-- Das 14.00 até
as 18.00 horas, e você?
(Gislaine)
-- Eu tenho que
dar aula das 10.00 até as 12:00 e
ir para o
laboratório, à tarde.(Bruno)
-- Tá bom! Eu o
vejo na reunião caso você for.
Tchau!
(Gislaine)
-- Tchau.
(Bruno)
Parte
3
A
Aula
-- Bom dia
“crianças”!(Paul)
-- Bom dia
professor!(quase a turma toda)
-- Nós revimos
nas aulas anteriores a parte de
fisiologia e
biofísica do cérebro e acredito,
piamente, que
muitos de vocês já sabiam por qual motivo viram fisiologia e anatomia nos semestres
anteriores.
Agora
veremos o que realmente nos
interessa nesta
disciplina de Neurocomportamento - que é
o comportamento dos seres vivos estimulado pelo cérebro.Nós sabemos que o nosso
comportamento é voluntário mas ele também pode ser estimulado pelo cérebro, tal
como ocorre com os animais.
O comportamento estimulado pelo cérebro, nos
animais,
acarreta o que chamamos de instinto , e
vocês verão que
os seres humanos estão propensos a, ocasionalmente, serem instintivos .
Muitos desses comportamentos recebem
estímulos do
cérebro com o propósito de garantir
a sobrevivência
do ser. O cérebro nos avisa que
precisamos
comer, beber e também nos
reproduzirmos
para propagar nossa espécie. A
sensação de
fome, sede e excitação sexual são
supridas quando
atendemos ao estímulo do
cérebro
realizando nossas “obrigações” com o
corpo. E para
que isso aconteça é necessário que
o cérebro nos
recompense de alguma maneira .
Como será que o
cérebro nos recompensa por
tudo que fazemos
pelo nosso corpo? Alguém
sabe?(Paul)
-- Seria o fato
do cérebro reconhecer a comida
como algo
gostoso ou sexo como algo
agradável? (Gabriela
aluna)
.
-- Quase isso,
mas quero algo mais preciso
como qual a
sensação em comum que nos dá a
sensação de
“gostoso“ na comida e de agradável no
sexo. (Paul)
-- Seria o
gostoso da comida e o agradável do
sexo uma das
muitas formas de prazer? (Rafael
aluno)
-- Sim. Acertou.
É o prazer que é ocasionado por
um
neurotransmissor(substância química
circulante nos
neurônios, os neurônios são
células
cerebrais) chamado dopamina.
Os cientistas
acreditam que o sistema da
dopamina tenha
surgido bem no início da evolução
animal, uma vez
que ele reforça comportamentos
essenciais à
sobrevivência. Infelizmente, algumas
atividades
humanas que são neuroquimicamente
sintonizadas
para serem prazerosas, como comer
alimentos ricos
em gordura e açucares, por
exemplo, se
tornam um grande problema na
sociedade
moderna.
Da mesma forma
que a ampla disponibilidade de alimentos ricos em energia e pouca necessidade
de exercícios físicos da vida
conspiram para o
crescimento das
patologias cardíacas
e do diabetes, e para a
facilidade da
obtenção de substâncias químicas
viciadoras
(drogas como álcool, tabaco, cocaína,
etc. ..),
criando um grave problema de saúde
pública.
O viciado não
busca a heroína, a cocaína, o
álcool ou a
nicotina do cigarro em si, mas a cota
extra de
dopamina que essas substâncias produzem
no cérebro.
A dopamina, no entanto, é mais do que uma
simples molécula
do “bem- estar ’’. Ela também
exerce
extraordinária influência na memória e no
aprendizado .
Pensamos na dopamina como uma
recompensa que o
cérebro nos oferece a nossa rede
de neurônios,
como a providencial cenoura, por terem feito alguma escolha que aumente as
chances de sobrevivência.
Cada vez que o resultado de uma ação supera
as expectativas
os neurônios liberadores de
dopamina
aumentam suas taxas de liberação, se o
resultado for
inferior ao esperado a liberação é
reduzida e se o
resultado for como o esperado não
há alteração na
taxa de liberação de dopamina.
Somente recentemente é que se está tendo
conhecimento do
grau em que o aprendizado e a
memória
sustentam o processo do vício. Cada vez
que o
neurotransmissor da dopamina inunda uma
sinapse (local
que fica entre um neurônio e outro ,
espaço entre
duas células nervosas) os circuitos que
disparam os desejos
e motivam as ações são
ativados no
cérebro. Na verdade, a neuroquímica
que sustenta o
vício é tão potente que as pessoas,
objetos e locais
associados a administração da
droga ficam
gravados no cérebro.
É por isso que os ex-fumantes, quando
estimulados por
comida, sexo ou cheiro de tabaco,
não conseguem
controlar o desejo de acender um
cigarro. O mesmo
acontece com viciados em
drogas mais
pesadas, os quais ao serem excitados
por qualquer um
dos fatores de relação gravados no
cérebro, fazem
qualquer coisa para obterem uma
“seringa”.
Na verdade, o cérebro dispõe de inúmeros
artifícios
“diabólicos” para garantir que o ato
irracional de
tomar a droga, feito produzido pelo o
aumento da
dopamina, seja repetido.
Testes feitos em laboratório revelam que a
absorção de
substâncias similares à cocaína está pronunciadamente reduzidas nos viciados em
cocaína quando
comparada a absorção de pessoas
sadias. Os
neurônios viciados, assaltados por um
nível anormal de
dopamina responderam
efetivamente
reduzindo o número de sítios
receptores de
dopamina (sítio: um dos locais de
entrada ou de
estimulação de uma substância numa
célula, neste
caso a substância é a dopamina que
“estimula’’ o
neurônio depois de passar a sinapse).
Na ausência da droga, esses neurônios,
provavelmente ,
sentirão falta de dopamina. O
viciado começa
tomando a droga para se sentir
“alto” e acaba
necessitando da droga desesperadamente para não se sentir pra “baixo”.
Há anos que os
cientistas suspeitam que certos
genes podem
desempenhar um papel importante na
determinação de
quem pode tornar-se dependente
ou de quem não
terá propensão ao vício. Diversos
genes de
receptores de dopamina têm sido
tentativamente,
e controversamente, associados ao
abuso de drogas
e álcool. Alterações hereditárias
nesse genes
modificariam a eficiência com que as
células
produtoras de dopamina operam.(Paul)
-- Professor com
licença, eu poderia falar uma
coisa? (Roberto
aluno)
-- Claro! (Paul)
-- Ou seja,
professor, há pessoas que nascem com
deficiência de
dopamina no cérebro e isso pode
ser um problema
genético hereditário, podendo
assim algumas
pessoas ter tendência à se
viciarem mais ou
menos com facilidade em
drogas que
outros? (Roberto aluno)
-- Correto,
lembrando sempre que há tendência
ao vício, e não
que a pessoa nasça com ele ou
que
obrigatoriamente será viciada . Pode uma
pessoa nascer
com deficiência de dopamina e
nunca se tornar
viciada, e isso se deve a alguns
fatores como
nunca ter experimentar alguma
droga, ou ter
uma força de vontade muito grande
de sair da
dependência em drogas. E o mais
importante é que
depende também do grau de
deficiência de
dopamina no cérebro.
-- Como assim
grau de deficiência de
dopamina?(Gabriela
aluna)
--Tem pessoas
que nascem com mais e outras
menos
deficiência de dopamina no cérebro, o que
faz com que
certos indivíduos tenham mais
propensão ao vício
que outros. Outras pessoas,
embora não
nasçam com deficiência, se tornam
deficientes em
dopamina por usarem drogas pois
o uso desta, a
longo prazo, pode fazer com que o
cérebro diminua
a síntese de dopamina. É como
se o cérebro
ficasse “manjado”, e por isso faz
com que a droga
não tenha mais efeito a menos
que a pessoa
aumente a dosagem da droga, o que
faz o cérebro
voltar a produzir a dopamina em
maior ou em
mesma quantidade que antes,
dependendo da
dosagem da droga que deve ser
aumentada. Neste
estágio muitas vezes o
indivíduo pode
não sentir muitos prazeres com o
sexo ou um
cafezinho por exemplo já que esses
liberam um grau
muito pequeno de dopamina no
cérebro, em
relação ás drogas que liberam bem
mais, então o
cérebro reconhece as drogas como
algo bom para o
corpo quando na verdade não é,
e então para que
o indivíduo aumente a dosagem
da droga o
cérebro diminui a síntese de
dopamina,
fazendo o indivíduo consumir mais do
que normalmente
consome, As drogas, seja o
álcool ou
cocaína por exemplo enganam o
cérebro, faz o
cérebro pensar que está cumprindo
seu papel na
sobrevivência do ser, quando na
verdade não
está. Concluo dizendo que as drogas
são uma maneira
que o Homem encontrou de
enganar o
cérebro e receber a recompensa do
mesmo e em
grande escala sem o devido
merecimento;
mais alguma pergunta ou
dúvida?(Paul)
--Só uma
pergunta professor. Como uma pessoa
com deficiência
de dopamina é, digo, não deve
ser uma pessoa
comum, deve? (Serena aluna)
-- Não, não é,
vocês já ouviram falar em
psicoses?(Paul)
-- Sim, mas
neste caso seria um pouco demais
pensar que
pessoas suicidas ou assassinos
tivessem uma
justificativa para seus atos, mesmo
sendo uma
deficiência de dopamina, pelo menos
eu acho!
(Serena)
-- Bom em
primeiro lugar esses casos mais
graves não são
as características mais comuns,
nem todos as
pessoas psicóticas são como
“Norman Beitis’’
no filme psicose. Hà varias
psicoses como a
esquizofrenia , psicose maníacodepressiva,
depressão
psicótica, a paranóia e
numerosas
doenças orgânicas que podem levar à
psicose. Entre
essas últimas estão as psicoses
senis, como
certas formas de doença do cérebro tais
como a
arteriosclerose e tumores cerebrais,
inclusive
doenças infecciosas como o HIV, o
vírus lento do sarampo,
entre outras, o
uso prolongado
de algumas drogas como a
cocaína e a
heroína também pode levar a uma
psicose.
A esquizofrenia, por exemplo, uma das mais
graves: pode ser
genética, ou seja, hereditário. Essas
pessoas que sofrem
de esquizofrenia possuem
distúrbios
mentais muito estranhos, desvinculação
com a realidade
e uma total falta de
correspondência
entre o conteúdo dos pensamentos
e as emoções.
Assim, a pessoa pode não demonstrar
emoção em
relação às ideias que expressa, ou as
emoções não
corresponderem a elas. Essas
pessoas,
geralmente, são frias em relação às outras
pessoas e fogem
ao máximo da realidade.
Na fase inicial , apresentam um mau
relacionamento
com os outros e são frequentemente
incapazes de se
manter num emprego por muito
tempo. Já a
paranoia é uma psicose caracterizada
por delírio
persecutório (mania de perseguição). A
pessoa realmente
acredita que certas pessoas lhe
querem fazer
mal. Por isso distorce até mesmo o
menor incidente,
tentando provar a verdade de suas
ilusões. E, uma
vez que são ilusões, fogem ao
controle
racional. Em várias doenças mentais,
como a
esquizofrenia, podem ocorrer reações
paranoicas.
Outro distúrbio psicótico conhecido é o estado
maníaco-depressivo
no qual a pessoa pode
apresentar
excitação alternada com depressão. A
fase de
agitação(mania) caracteriza-se por agitação
incessante e
aumento de todas as formas de
atividade ,
incluindo a fala. A pessoa não descansa
nem dorme e pode
sofrer esgotamento se não for
ajudada. Os
sintomas variam em grau e podem
requerer apenas
algum sedativo ou, se forem
graves,
hospitalização. Em outras ocasiões, a
pessoa pode
ficar deprimida, lenta em atividades e
com todos os
demais sintomas das síndromes
depressivas. Na
depressão ocorrem distúrbios
caracterizados
por tristeza , aspecto acabrunhado e
redução das
atividades em geral . As pessoas
deprimidas ficam
apáticas, perdem o interesse pelas
coisas, não têm
vontade fazer nada nem de ir a
qualquer lugar e
querem ficar sozinhas. Elas
desejam ficar em
casa. Seus afazeres normais são
prejudicados e
suas responsabilidades são
negligenciadas.
Sofrem ainda de insônia e de perda
do apetite, com
consequente perda de peso. Em
formas graves,
essas pessoas não acreditam que
possam melhorar
e não procuram ajuda. Nessas
condições , há
perigo de suicídio. Por isso é
necessário um
atendimento psiquiátrico
especializado, e
se recomenda quase sempre a
hospitalização,
para proteger a pessoa de si mesma.
A depressão, no entanto, pode ocorre com a
perda de uma pessoa muito importante como uma mãe ou um pai, entre
outras causas como desemprego ou
problemas no
lar. Essas pessoas perdem suas razões
e motivos para
viver, e por isso se tornam
depressivas, mas
em geral podem ser
ajudadas e
voltarem a viver normalmente. Nestes
casos, a pessoa
não nasce com deficiência de
dopamina, mas há
um queda em sua produção
devido à perda
de pessoas ou algo muito importante
para elas. Em
geral é algo temporário e logo elas acham outros prazeres na vida que fazem a
produção de dopamina voltar ao normal, e logo se adaptam a
realidade.
No caso da esquizofrenia essas pessoas
têm deficiência
de dopamina em decorrência de um
problema
fisiológico que é, pelo menos é o que se
acredita ser,
hereditário e neste caso a pessoa deve
conviver com seu
problema podendo com terapia e
medicação, levar
muitas vezes uma vida quase
normal.
As psicoses variam de pessoa para pessoa de
casos mais
graves a outros de difícil diagnóstico,
podendo essa
pessoa viver sem saber que tem
alguma
deficiência de de dopamina.
-- Mais alguma pergunta
? “ Nãooo”? Então ótimo! Me dêem a folha de chamada ... todo mundo já
assinou?(Paul)
-- Já assinamos
sim, aqui está, professor, a folha da chamada! Toma. (Priscila aluna)
-- Muito
obrigado querida, quero que vocês
pequem um artigo
sobre os efeitos do cérebro no
comportamento
animal , que será o tema das nossas
próximas aulas e está no xerox. Espero que leiam
para a próxima
aula. Tenham um bom dia.(Paul)
-- Tchau
professor. (quase toda turma)
Parte
4
Fofoca
“Caramba, ainda preciso ir na secretaria saber
o
número da sala
de aula da turma das 10:00 horas.
Que horas são? Deixe me ver ... são 9:00
horas. Dá tempo de passar na sala de professores para
confirmar a
reunião de hoje à noite e... droga odeio
esses
elevadores. Me dá um tic nervoso... mas veja
só quem entrou
comigo, uma das minhas ex-alunas.
Nossa como ela é linda! E que pernas
maravilhosas! A
ex-aluninha do professor aqui
deve estar com
uns vinte e três aninhos agora, é
uma gracinha de
menina.“ (Paul pensando)
-- Professor.
(Ex-aluna Rebeca, no elevador,
loira, maquiada,
com cabelo comprido,1,68 de
altura vestindo
minissaia)
-- Ai! (Paul no
elevador)
-- Se assustou?
(Ex-aluna Rebeca no elevador)
-- Não, quer
dizer...só um pouquinho não é
mesmo? (Paul)
-- Porque o senhor estava me olhando? Presumo que
tentava se lembrar de mim, mas lhe digo que
fui sua aluna no
quinto semestre. Meu nome é
Rebeca, o senhor
se lembra? (Ex-aluna Rebeca
no elevador )
-- Ah... é mesmo
sabia que lhe conhecia de
algum lugar, só
não me lembrava de onde, e aí?
Já esta formada?
(Paul saindo do elevador indo
para secretaria
com Rebeca)
-- Não
professor, aí que está o problema! Eu
fiquei por uma
matéria que a megera Gislaine fez
questão de me
reprovar e por isso não vou poder
me formar com
minha turma. Com a festa de
formatura já
pronta, aquela megera da Gislaine
me rodou por
meio ponto, o senhor acredita? Eu
não sei se o
senhor conhece a peça, é uma de
cabelo semi
curto, chanel preto, muito prosa cheia
de si, e os
meninos acham ela bonita, mas tirando
isso eu acho que
não sobra mais nada para a
pobre infeliz!
Para mim, é falta de homem o
problema dela ,
mas se ela for casada tenho pena
do marido.
Coitado dele não é mesmo? Não sei
se o senhor
conhece a Gislaine, o senhor
conhece? (Rebeca
na secretaria com Paul)
-- Bom eu....
sou o... namo...(Paul na secretaria
sendo
interrompido)
--Ai meu Deus,
me perdi no horário! Desculpa
estou atrasada!
Tenho que ir antes que feche o
colegiado. Ainda
tenho que pagar meu exame, na
qual a megera Gislaine
me deixou. Tchau!
(Rebeca saindo
correndo para o colegiado).
-- Tchau Rebeca!
“ Pôxa, não deu nem tempo de
responder!
Imagine só o que devem falar de
mim...’’ (Paul,
tentando dizer Tchau e pensando...)
-- Bom dia Ana!
(Paul falando com a balconista
na secretaria)
-- Bom dia
professor Paul! (Atendente Ana,
morena de olhos
azuis e possui 1,65 de altura e
magra)
-- Tem algum
recado pra mim? (Paul)
-- Sim Paul, a
dona Gislaine ligou. Disse que vai
esperar você
para almoçar e que fez gulach de que
o senhor gosta
tanto.(Atendente)
-- Maravilha!
Acho que ela quer me deixar gordo
para depois me
trocar por outro!(Paul)
-- Acho difícil!
Ela é louca pelo senhor!
(Atendente)
-- Acho que eu
não sou o tipo de homem que faz
a cabeça
dela.(Paul)
-- Do jeito que
ela olha e fala do senhor e o
senhor olha e
fala dela, acho que vocês vão
acabar casando.
(Atendente)
-- Bom, assim
espero! A propósito, tem mais
algum recado
para mim? (Paul)
-- Tem sim, o
professor Carlos quer falar com o
senhor ele disse
que vai estar na sala dos
professores, ele
falou que quer botar a fofoca em
dia e se quiser
falar com ele agora ele estará lá.
(Atendente)
-- Bom, então
“vou-me’’ pra lá agora. (Paul)
-- E se for pra
lá, aproveita e diz pro doutor
Bruno que não
quero mais que ele insista no
assunto e que
esta tudo acabado. Pode ser
professor?
(Atendente)
-- Bom, que
assunto? E o que está tudo acabado?
(Paul, boiando)
-- Tenho certeza
que ele sabe do que se trata.
(Atendente Ana,
desconcertada com a pergunta)
-- Ah ...sim...!
Claro sem dúvida! (Paul, fingindo
não se
interessar pelo assunto)
-- Outra coisa,
professor, quero há tempos lhe fazer uma pergunta sobre o Bruno - Você não acha que o
Doutor Bruno
Azevedo é muito “crianção” e
muito...
ãh...atiradão pra idade dele. (Ana
Atendente)
-- Bom, sei lá
Ana! Você acha? (Paul)
-- Bem, é só uma
maneira de ver as coisas, não é
mesmo? De
qualquer forma não precisa falar pra
ele sobre essa
parte da nossa conversa, pode ser?
(Atendente)
-- Bom, Ana,
falar não vou, mas não acredito que
ele se importe
com isso, sabe como é né, pro
Bruno, zoar é a
regra número um do bom ser
humano. Acho que
ele só quer se sentir mais
jovem. Ana, você
foi minha primeira amiga desde
que cheguei na
PUC. Acredite ou não você não tem
o que se
preocupar comigo, pode ser? (Paul
sorrindo)
-- Pode.
(Atendente Ana sorrindo)
-- Tchau! Ana!
Tenho que ir. (Paul)
-- Tchau
Professor! (balconista Ana)
“Droga tenho que
pegar o elevador de novo, ai...,
elevadores me
deixam enjoado! Olha só, veja
quem está aqui!
Meu ex –aluno Marcos! O puxa
dos puxas...que
droga que esse dia está”. (Paul
entrando no
elevador pensando...)
-- Oi professor,
como está? (Marcos no
elevador)
-- Oi Marcos
como está? Já se formou? (Paul)
-- Não,
professor! Acredita que a doida da
Gislaine me
rodou e não vou poder me formar
este ano?
(Marcos)
-- Você também?
(Paul)
-- Eu e a metade
da turma do oitavo semestre.
(Marcos)
-- Caramba!
(Paul saindo do elevador com
Marcos)
-- A Gislaine é
uma tremenda “boazuda” mas é
muito exigente!
(Marcos andando com Paul no
saguão do
prédio.)
-- Você acha
mesmo que ela é uma... como é
mesmo? (Paul
nervoso)
-- Uma “boazuda”,
o senhor não acha? Aquelas
pernas dela são de fechar o quarteirão! E que rabo.
Desculpa o
linguajar professor mas o senhor não
concorda comigo?
(Marcos muito a vontade e
descontraído
andando com Paul no saguão.)
-- Bom , eu não
sei o que lhe dizer. Estou
confuso, mas, se
você disse como é que disse que
ela é mesmo?
(Paul nervoso)
-- É BOAZUDA,
professor. Mas se o senhor acha
que ela não é, e
que eu não tenho bom gosto pra
mulheres eu lhe
digo que muita gente acha ela
boazuda também!
( fala Marcos confuso)
-- Sim, eu
imagino! (Paul nervoso)
-- Bom tenho que
ir professor. Tchau! (Marcos)
-- Tchau
Marcos.(Paul pálido)
“Bom, da próxima
vez eu vou pela escada. Eu
odeio elevadores!
Eles me deixam nervoso”
(Paul pensando e
entrando na sala dos
professores)
-- Bom dia minha
gente. (Paul na sala dos
professores)
-- Bom dia.
(Quase a sala toda)
-- E aí,
Roberto... queria falar comigo? (Paul)
-- Eu queria
saber se você não pode trocar de
horário comigo
na segunda-feira. O horário da turma do sétimo semestre . (Roberto1,69 altura
moreno de
cabelo liso meio
gordo)
-- Seria na
parte da manhã. (Paul)
-- Sim, você
poderia pegar o quarto semestre na
segunda de manhã
e depois o sétimo na quarta-
feira de manhã.
(Roberto)
-- Por mim tudo
bem. Desde que o coordenador
deixe . ( Paul )
-- Ele deixou,
fica tranquilo. (Roberto)
-- Então estamos
acertados. (Paul)
-- E aí Paul,
vai hoje à noite na reunião?
(Roberto)
-- Pretendo.
(Paul)
-- É, parece que
vai ser muito importante... a julgar
pelo horário.
(Roberto)
-- Não creio
muito, deve ser manha do
Afonso(coordenador
do curso de biologia).(Paul)
-- Acha mesmo,
é? (Roberto)
-- É, eu acho!
(Paul)
-- Você viu a
Ana hoje, Paul? (Roberto)
-- Sim, ela
pediu que eu desse um recado pro Bruno. (Paul)
-- É, ela tá louca
da vida com o Bruno. (Roberto)
-- Até aí tudo
bem , todo mundo sempre esta e
sempre estará
louco da vida com o Bruno! (Paul)
-- É que ela
estava saindo com o Bruno, mas ele
é uma pessoa
pouco solitária quando se trata de
mulheres, então
a Ana terminou com ele. Ontem
o Bruno
perguntou se ela não queria sair
com ele, mas ela
disse que não sai com colegas
de trabalho e
que isso era uma regra dela. Então
ele ficou
“cabreiro” e disse que os dois haviam
saído juntos
semana passada , mas ela afirmou
que a regra era
nova e que essa regra dela
começara dois
dias depois que eles saíram juntos.
Acredita
nisso?(Roberto)
-- Bom, isso é
bem típico do Bruno... mas bem
feito pra ele,
da próxima vez ele toma jeito e
deixa de ser
mulherengo. (Paul)
-- É, Paul, esse
é nosso o amigo Bruno (Roberto)
-- Bom Roberto,
tenho que ir andando! Ainda
tenho mais uma
aula pra dar. Parece sempre que
eu sou o último
a saber da coisas . (Paul)
-- Que nada Paul,
é só impressão sua. (Roberto)
-- Tá bom então!
Tchau até hoje de noite! (Paul
saindo da sala)
-- Tchau Paul,
vê se traz o Bruno. (Roberto)
-- Tá bom, a
babá Paul aqui vai tentar levá-lo.
(Paul)
Parte
5
Nosso
apartamento
(Porto Alegre,
sexta-feira, 12:30, apartamento
do Paul e
Gislaine)
-- Querida,
cheguei! (Paul entrando no
apartamento com
a chave)
-- Oi amor, como
foi seu dia? (Gislaine botando a
mesa do almoço)
-- Bom, eu diria
que foi muito esclarecedor.(Paul
deixando a pasta
no sofá)
-- É mesmo amor,
Por? (Gislaine sentando à
mesa para o
almoço)
-- Bom, já que
todo mundo fez sua fofoca do dia,
é minha vez de
fazer a minha. (Paul se sentando a
mesa)
-- Fofoca?
(Gislaine surpresa)
-- É amor,
fofoca. E tem mais, andam dizendo
que seu problema
é falta de homem, o que
discordo por
razões muito óbvias. (Paul se
servindo)
-- É, e quem lhe
disse isso? É horrível! Como
podem !
Quem...?(Gislaine surpresa)
-- Acho que uma
turma quase toda em exame ou
reprovada
poderia ficar muito nervosa e dizer
essas coisas.
(Paul terminando de se servir)
-- Ah..., mas
também pudera...! Acham que por
estarem em
véspera de formatura podem relaxar
na minha
disciplina . (Gislaine, comendo)
-- Tem mais,
acho que a elegeram a professora
mais bonita e a
mais terrível do curso. (Paul
comendo)
-- A
universidade quer ter qualidade, mas como
posso obter
qualidade para a universidade sem
exigir um pouco
mais dos alunos? Se fosse do
jeito deles, a
PUC seria a universidade mais
medíocre de toda
região sul. (Gislaine indignada)
-- Você sabe se
falam alguma coisa de mim,
amor? (Paul,
curioso)
-- O que sei é
que eles acham você bom em tudo.
(Gislaine)
-- Bom, isso é
muito bom. (Paul)
-- Sim, você é
bom nisso e bom naquilo e
bom...tão bom
que seu ‘bom’ não acaba mais!
(Gislaine rindo)
-- Não acredito
nisso, eles falam mesmo isso
é? (Paul
surpreso)
-- Fofoca Paul,
ninguém escapa dela, é como um
círculo vicioso,
tanto quem fala como quem ouve
é vitima dela, o
que posso dizer? (Gislaine)
-- Adorei o gulach,
estava muito bom. (Paul,
feliz)
-- Que bom que
gostou, mas agora você tira a
mesa e lava a
louça. (Gislaine)
-- Tudo bem, mas
só depois que eu fumar um
cigarro. ( Paul,
sorrindo)
-- Paul, você e
o Bruno com esse cigarro mal
cheiroso não
tomam jeito, as pessoas comentam,
Paul, elas
chegam aqui e sentem o apartamento
cheirando a cigarro
e saem falando que nosso “apê
“ cheira
mal”. Que pelo menos você fume na
Varanda, por obséquio. (Gislaine, estressada)
-- Gislaine você
tá exagerando... (Paul)
-- Não Paul,
você não se dá conta de uma coisa,
nós dividimos o
aluguel, mas ultimamente só eu
limpo o
apartamento! Você não ajuda em nada,
só polui nosso
ambiente com esse cigarro
fedorento.
(Gislaine nervosa)
-- Tá bom, eu
vou lá fora. (Paul, aborrecido)
-- Bom... Paul,
então vou escovando os dentes
enquanto isso
você faz o que tiver que fazer.
(Gislaine
ironizando)
“Que dia lindo,
só de pensar que no próximo ano
começo meu
doutorado, só falta uma coisa que
preciso para
concluir meu projeto e talvez
consiga entrar
no doutorado já com meu trabalho
publicado.“
(Paul Pensando e fumando seu
cigarro na
varanda)
-- Paul é melhor
ir se apressando! Temos que ir!
(Gislaine)
-- Tô indo e
dessa vez eu não falei a palavra ‘bom’. (Paul apagando o cigarro e gritando)
-- Tá bom Paul,
tá Bom! (Gislaine, gritando)
-- Amor, você
também não me ajuda! (Paul
gritando)
-- Desculpe Paul,
eu havia me esquecido do seu
vício linguístico...
Paul, hoje é seu dia de botar o
lixo pra fora.
Vê se não esquece! (Gislaine
gritando)
“Nossa,
Gislaine, como você é chata, às vezes!“
(Paul pensando e
apagando o cigarro)
Parte
6
Surpresas
na reunião
(PUC na sala dos
professores , Sexta 20:00)
-- Boa noite.
(Paul chegando na sala de reuniões)
-- Boa noite
Paul! (Quase a sala toda)
-- Paul, trouxe
o Bruno? (Roberto)
-- Não, não
consegui falar com ele. (Paul)
-- O Bruno não
vem, ele me disse que tinha que
pegar a mãe dele
no aeroporto, ela veio visitá-lo.
Eu falarei com
ele mais tarde, embora ele já
tenha sido
notificado sobre o assunto da reunião
semana passada,
pois tive uma reunião particular
com ele, sendo
assim não haveria muita
necessidade da
presença dele hoje. (Afonso,
coordenador do
curso.)
“Ver a mãe dele?
Que estranho, pensei que ela
havia
falecido...Bruno, Bruno, Bruno, só
aprontando“ (
Paul pensando )
-- Bom, vim
notificá-los de que estou deixando
meu cargo de
coordenador por motivo de forças
maiores, isto é,
estou me aposentando e pretendo
dar meu cargo ao
Bruno, que para mim foi a
escolha mais
óbvia, visto que ele melhorou muito
o curso e é
politicamente posicionado para
coordenar o
curso de Biologia. Espero que
estejam todos de
acordo com minha decisão.
(Afonso Reitor)
-- Quando o
Bruno vai assumir o cargo?
(Roberto)
-- A partir de
agora, todos de acordo?
-- Sim! (quase a sala toda)
-- O Bruno foi
um dos professores que salvou o
curso de
graduação de Biologia e está fazendo o
curso crescer.
Ele tem alguns projetos muito
interessantes
para esse ano que agradará vocês.
Dentre eles,
muitas licenças para realizarem seus
doutorados, para
aqueles que são mestrandos
ainda. (Afonso
Coordenador)
-- Acredito que
essa notícia pegou todos nos de
surpresa e que
realmente o Bruno é a melhor
opção. (Lídia,
professora de genética)
-- Então, sendo
assim, se todos apoiam minha
decisão dou a
reunião por encerrada. Tenham
todos uma boa
noite. (Coordenador Afonso)
-- Afonso, posso
falar com o senhor um instante,
em particular .
(Gislaine, irritada)
-- Pois não,
Gislaine. (Afonso)
-- Como pode,
Afonso, colocar o Bruno? Ele é
uma péssima
escolha! Temos gente melhor!
(Gislaine)
-- Por que?
(Afonso)
-- Acredito que
todos nós sabemos da fama do
Bruno com
mulheres. Nem na reunião de
sucessão dele,
ele compareceu! (Gislaine)
-- Rumores,
Gislaine, são somente rumores..., o
que ele fez por
essa universidade e
particularmente
pelo curso de Biologia, compensa algumas gafes que ele porventura tenha
cometido.
(Afonso)
-- É você que está
dizendo, eu não concordo.
(Gislaine)
-- Tenho que ir
agora, e sinto muito por você
pensar assim!
Hoje é o primeiro dia da minha
aposentadoria e
minha esposa está me esperando,
tchau ! (Afonso)
-- Tchau,
Afonso! Foi muito bom trabalhar com
você! (Gislaine)
-- Fui ...!
(Afonso)
Parte
7
O
Bar
-- E aí Bruno?
Sua mãe ainda está em Porto
Alegre, te
visitando? A propósito, ela não mora na
Espanha? (Paul)
-- É, Paul sabe
como é, se a gente não tirar o
corpo fora...nós
nunca teremos privacidade
“Acho que
deveríamos nos empenhar em
encontrar meios
para alcançar nossos objetivos e
conseguirmos o
que queremos! (Bruno)
-- Acho que você
é um cara de muitos meios
Bruno! Como se
sente sendo o “todo poderoso“
do curso de
biologia? (Paul)
-- Fiz por onde,
e me sinto muito bem. Sabe de
uma coisa, acho
que te devo uma!
-- Uma? Uma
dúzia se é que se lembra... (Paul)
-- Como tá a
megera? Perturbando muito?
(Bruno)
-- É, sabe como
são as mulheres. Pra elas nada tá
bom. Estão
sempre reclamando das coisas.
Querem que nós
homens sejamos perfeitos, mas
na verdade
quanto mais cretinos nós formos, mais
elas nos adoram!
Acredito que o homem perfeito
também é o
cafajeste perfeito. Não concorda?
(Paul)
-- Até concordo
meu amigo, mas você tá longe
de ser cretino
ou cafajeste e por isso sofre. Olha
minha vida por
exemplo, sou cafajeste e cretino e
também não levo
desaforo pra casa no tocante à
mulheres. Me
acho o cara mais feliz do mundo, e
acredite meu
amigo, quando olho pro meu
passado te digo
que vivi muita coisa e sendo
como sou com as
mulheres, mais elas me amam.
Nunca estou só.
O meu segredo você já sabe...
não ser de
ninguém, mas ao mesmo tempo ser de
todas elas! Uma
coisa nunca abri mão. Ser fiel
aos meus amigos
e ter tempo pra minha
cervejinha. Vejo
em você um cara certinho.
Sempre fiel à
sua mulher e totalmente meu
oposto no
tocante a elas. Quem sabe a dona
Gislaine não
precise de umas boas “guampadas” .
(Bruno, com
muito orgulho)
-- Bruno, vou
pedir mais uma! Ô garçom!...Mais
uma “geladinha
pra nós por favor!” (Paul)
-- Essa sim foi
a melhor ideia do dia! (Bruno)
-- Sabe Bruno,
eu não teria coragem de ser um
cretino ou um
cafajeste e tão pouco de
“guampar“ a
Gislaine. Ela me tortura muito, mas
gosto dela assim
mesmo! (Paul, pegando a
cerveja com o
garçom)
-- Tá certo!
Você é um daqueles caras que
gostam de
apanhar de chicote...! De serem
amarrados e
torturados na cama! Não estou certo?
(Bruno tomando
cerveja)
-- Bom, digamos
que essa é uma opinião um
tanto
pós-moderna das circunstâncias.
Respondido?
(Paul)
-- É, me acho um
visionário no assunto. (Bruno)
-- Precisamente,
Bruno! (Paul)
-- Paul, e seu
doutorado vai sair mesmo ano que
vem? (Bruno)
-- Vai sim, só
que vai ser difícil
realizar meu
projeto. Precisaria de uns seis meses
afastado daqui.
(Paul)
-- Seis meses?
Do que se trata? (Bruno)
-- Bom, se trata
de simular uma esquizofrenia!
Mas para isso
devo ficar quase isolado do resto
do mundo! (Paul)
-- É mesmo?
Onde? E como pretende fazer isso?
(Bruno)
--Bom, seria numa
casa que tenho em Pelotas. O
inquilino saiu e
a casa é mobiliada. Eu teria que
ficar seis meses
sozinho naquela casa, simular
uma pessoa
imaginária e ver o quanto me apego a
ela durante
esses seis meses. Em princípio,
ficaria só
nisso, mas talvez ocorra uma
alucinação! Em
geral, a esquizofrenia é genética,
mas é preciso um
fator traumático para que ela
apareça, que
perturbe o indivíduo; eu acho que
tenho tendência
genética para a esquizofrenia, já
que tive casos
na família e com a solidão eu
posso alcançar
bons resultados. Mesmo que eu
não consiga este
efeito alucinógeno eu pretendo
estudar o
comportamento afetivo que eu teria me
apegando a minha
pessoa imaginária .(Paul)
-- Me parece
meio paranóico e delirante, porém
me deixou
curioso! Mas o técnico nessa área é
você. Você,
provavelmente, sabe o que faz! Com
certeza depois
desses seis meses você encurtaria
seu doutorado e
logo teríamos mais um doutor
com tempo
disponível somente para a
universidade.
Vou apoiá-lo, só gostaria que esse
seu projeto ocorresse
logo! Tenho como
substituí-lo
esse ano por um outro professor. No
outro ano pode
ficar mais difícil. Que tal?
(Bruno)
-- Eu acho
ótimo, estive pensando no mês que
vem, o que acha?
(Paul)
-- Por mim seria
maravilhoso, mas estou por
você! Mas tem que
ver a megera da Gislaine!
(Bruno)
-- Com ela me
entendo eu. Considere feito!
(Paul)
Parte
8
O
começo
( Pelotas, 7 de
Abril de 2010 )
Bom, cheguei a Pelotas, essa casa me traz boas
e
más recordações.
E só Deus sabe como. Foi aqui
que tive meu primeiro
amor e foi aqui que minha
mãe faleceu. Ela
preferiu morrer em casa, de câncer,
pois odiava
hospitais. Não trouxe muito comigo, só
o necessário,
como meu computador e um punhado
de roupas; tive
que fazer as compras, comprei
mantimentos,
produtos de limpeza para casa e de
higiene pessoal.
Como não posso ter empregada e
nem pude trazer
a Gislaine comigo, pois devo ficar
sozinho, deverei
eu mesmo cuidar da casa. A casa é
muito grande e
tem muitos cômodos e vai me dar
trabalho.
Terei que criar um diário contendo minhas
experiências que
serão vivenciadas ao longo dos
próximos seis
meses. Para isso, terei como
ferramenta meu
computador e minha solidão.
Estou muito otimista em relação a esta
experiência, mas
minha amada Gislaine não gostou
muito da ideia,
brigamos muito por eu ter que ficar
seis meses longe
de casa.
Eu confesso que de certa forma ela tem alguma
razão de estar
triste comigo. O Bruno acha minha
ideia louca, mas
mesmo assim compartilha das
minhas
expectativas .
Eu começo a pensar de que modo devo iniciar
minha
experiência. Devo criar um personagem
imaginário e
conviver com ele como se ele fosse
real, mesmo não
sendo. Acredito que esse
personagem deva
ser uma pessoa que me chame a
atenção, e que
eu sinta vontade de conversar e
conviver com
ele. Para tanto, esse personagem deve
ter os mesmos
gostos de que eu tenho como
músicas, filmes
e opiniões e devo definir o sexo do
meu personagem.
Será que ele deve ser homem ou
mulher? Quem
sabe uma criança como um filho ou
um irmão que eu
nunca tive. Eu conto com as
lembranças dessa
casa para que eu desenvolva
sintomas de paranoide
ou esquizofrenia e a solidão
para que eu me
apegue ao personagem.
Penso na
conversa que tive com o Bruno no bar e
me indago se
poderia tirar proveito dela nessa
ocasião, criando
uma amante imaginária pra mim e
ver como seria.
Talvez criar uma mulher fosse uma
boa opção, visto
que certamente sentirei falta de
uma. Mas que
mulher? Como ela seria?
Fisicamente?
Socialmente? Emocionalmente? Eu
me lembro de um
seriado de televisão a cabo muito
interessante que
eu assistia na minha época de
faculdade. Era
um seriado de ficção infanto-juvenil,
mas era muito
bom, muito bem bolado e seu nome
era... ah
...como era mesmo o nome? Deixe-me
pensar...ãh...25...25...
lembrei!
Pronto era Cleópatra
2525. O que mais me lembro era daquela loira lindíssima. O nome dela era
Victori, era um nome americano, em português se chamaria Vitória.
Quem sabe ela poderia ser minha musa
inspiradora
para meu
“Projeto de ciências de doutorado“?
Há, há, há (Paul
Rindo e muito otimista) tá ai! Gostei! Vitória! Vai ser ela, sem dúvida
nenhuma, minha amiga imaginária.
Vitória seria um bom começo, além de ser minha
melhor escolha,
devo fazer os preparativos,
digamos como,
botar sentimentos em uma casca sem
vida? Sim, pois
ela deve ter sentimentos, deve ter
gosto por música,
comida e etc;...é complicado, mas
devo traçar o
perfil psicológico da Vitória para ter
meu sucesso
garantido. Para criar Vitória devo ser
um pouquinho
como Deus quando ele fez a criação.
Devo ter muita
imaginação, perspectiva, amor e
carinho. Quando
penso em Vitória eu penso no
oposto do que a
Gislaine seria.
Vitória seria uma garota mais
ah...digamos...quem
sabe parecido comigo e que
goste de xadrez
como eu, ouvir Stevie Wonder ou
Frank Sinatra
como eu. A Gislaine adora música
gauchesca, eu
respeito pois é da terra dela e tem
mais é que
gostar mesmo, mas eu não sei dançar
essas músicas.
Quando chego em um baile que toca
essas músicas eu
só fico olhando a Gislaine dançar
com o Bruno, e
quando danço, passo vergonha.
Sabe, pode ser bobagem mas... quando penso
nesse
experimento de
doutorado, penso que de certa
forma posso
encontrar o meu “Eu interior“ e quem
sabe uma forma
de me ver no espelho, obter um
reflexo de minha
personalidade, como dirão os
leigos de ver
meu “eu interior“, o reflexo de minha
humanidade. Devo
acrescentar que em Pelotas faz
muito frio, e
estou na minha terceira garrafa de
vinho. Na
verdade, é meu segundo dia em Pelotas.
O primeiro dia foi pra cuidar da casa e esse
segundo foi pra
pensar em meu Doutorado.
Bom, acho que tá
na hora de dormir. Amanhã
tenho que cuidar
da casa e começar meu
experimento.(
Paul falando sozinho )
Parte
9
O
contato
“Passei dias tentando criar Vitória, mas sem
sucesso, talvez
meus experimentos estejam fadados
ao fracasso.
Estou aqui novamente bêbado me
sentindo sozinho
e jogando xadrez comigo mesmo.
Este experimento
está se tornando um inferno pra
mim. Espere! Que
barulho é esse? “(Paul escutando
barulhos de
alguém descendo a escada)
-- Olá Paul!
(Vitória aparecendo de repente sentada na frente de Paul)
-- Minha nossa!
Deu certo! (Paul)
-- Você me
chamou e eu estou aqui. (Vitória)
-- Estou vendo.
(Paul)
-- Que tal uma
partida de xadrez para nos
conhecermos
melhor e quebrar o gelo entre nós?
(Vitória)
-- Ok Vitória,
você começa. (Paul mentalizando
Vitória)
-- Sua vez
Paul.(Vitória mexendo um peão)
-- Bom, você
mexeu o peão na frente do rei, agora é
minha vez.(Paul
jogando)
-- Paul gostei
de seu tipo de música, mas
confesso que
odiei a sua jogada, você comeu meu
peão, malvado!
(Vitória jogando)
-- Bom, jogue
com o melhor e termine como o
resto? ( Paul
jogando )
-- Vamos lá
Paul! Agora acabou o recreio! Agora
você vai levar
um xeque mate no estilo da
Vitória.(Vitória
jogando)
-- Então agora o
papo é sério? (Paul jogando
tirando uma peça
de Vitória)
-- Paul seu
menino danado! Agora eu vou deixar
seu rei só de
cueca encurralado no cantinho.
(Vitória
jogando)
-- Veremos loira
tingida. (Paul jogando)
-- Não gosta,
tem quem queira bonitão.(Vitória
jogando)
“Uma coisa
estranha está ocorrendo, eu tinha
dado a Vitória
um comportamento de
timidez, mas seu
comportamento acabou
sendo o de uma
pessoa extrovertida, isto
significa que no
meu íntimo eu desejaria que
ela fosse mais extrovertida
e que talvez eu
preferisse uma
mulher assim, agora o que me
assustou mesmo
foi o barulho da escada, foi
tão real, eu
jurava que tinha alguém lá.“ (Paul
pensando e
jogando)
-- Paul, você
não se sente sozinho nessa casa ?
Ela é tão grande!
(Vitória jogando)
-- Na verdade
sim, mas tenho sua companhia
agora. (Paul
jogando)
-- É por isso
que estou aqui? Pra te fazer
companhia?(Vitória
jogando)
-- Sim Vitória,
é por isso que você está aqui.
(Paul jogando e
surpreso com a pergunta)
-- Paul, você é
Deus? (Vitória jogando e
sorrindo)
-- Não Vitória,
não sou Deus. (Paul jogando)
-- Mas você me
fez? (Vitória)
-- Sim Vitória,
minha loucura está fazendo você.
(Paul)
-- Eu ainda não
estou pronta? (Vitória)
-- Ainda não,
você deveria ser mais real. (Paul)
-- Paul! Então
você se acha louco falando assim
comigo? (Vitória
jogando)
-- É, talvez eu
esteja me tornando. (Paul jogando)
-- Acho que você
deveria conversar mais comigo,
e quem sabe
assim vai acabar num hospício.
(Vitória
jogando)
“Bom, ela é um
pouco estranha, mas tem um bom
coração.” (Paul
jogando e pensando)
-- É claro que
tenho, sou tão boazinha!. (Vitória
jogando)
-- Bom, Eu não
pensaria menos de você. (Paul
jogando)
-- Não sei não,
essa resposta não me
convenceu.(Vitória
jogando)
-- Por que não,
Vitória? (Paul surpreso com a
afirmação e
jogando)
-- Por que não
sinto firmeza em suas
palavras.(Vitória
jogando)
“Estranho, não
me lembro de ter feito ela pensar
nisso, e nossa
conversa está saindo dos padrões
normais. Estamos
avançando muito rápido. É como
se os
pensamentos dentro de mim estivessem
vazando, sem
controle, e tanto as perguntas como
as respostas
estão saindo de maneira muito
espontânea. “
(Paul pensando assombrado e
jogando) “
-- Bom Vitória,
acho que é mate, ganhei. (Paul
jogando)
-- É, parece que
sim Paul, você deu sorte dessa
vez, e algo me
diz que da próxima vez vou
pendurar seu rei
de cueca no varal onde ele
possa ter uma
morte lenta e dolorosa ra,ra,ra...
bonzinho!(Vitória
abaixando o rei e rindo)
-- Cuidado loira
tingida, no xadrez eu sou um
raio que pode
cair duas vezes na sua linda
cabecinha loira
ra ra ra . ... (Paul rindo)
-- Quem sabe
agora a gente não dança? (Vitória)
-- Bom, podemos
tentar, quem sabe outra música?
Que tal?(Paul
surpreso com as respostas de
Vitória.)
-- Gosto dessa,
é Stars o nome dela não
é?(Vitória)
-- Bom, podemos
até tentar ra ra ra ....( Paul
rindo.)
-- Por que você
está rindo? Eu danço bem você
sabia? (Vitória
zangada.)
-- É claro que
sim, me desculpa a indelicadeza.
(Paul, surpreso
com a resposta.)
-- Paul, se você
não é Deus então quem fez você?
(Vitória
dançando com Paul)
-- Meus pais me
fizeram. (Paul fingindo estar
dançando com
Vitória.)
-- E quem fez
seus pais? (Vitória)
-- Meu avós.
(Paul)
--E quem fez
seus avós?(Vitória)
-- Acho que até
sei onde essa conversa vai
chegar, mas tudo
que posso dizer que nesse mundo
alguém sempre
fez alguém, e ninguém sabe onde
tudo começou.
(Paul)
-- Entendo.
(Vitória dançando)
-- O que foi?
Você acha que eu faço o tipo...não
tomei meu
remédio pra loucura hoje? (Paul
surpreso com a
afirmação, dançando)
-- Não! imagina
meu amor que eu ia pensar isso
de você.(Vitória
dançando)
--Por que? (Paul
dançando)
-- Por que você
é um cara especial, precisa de
mais amor e carinho
e de um médico psiquiatra.
(Vitória
dançando com Paul)
-- Bom Vitória,
chegou a hora de dormir, amanhã
eu tenho que
acordar cedo e cuidar da casa .(Paul
sorrindo)
-- Ah Paul...
fica comigo mais um pouco.(Vitória
parando de
dançar e triste)
-- A manhã tem
mais, tá bom? (Paul surpreso
com a reação de
Vitória)
-- Você é quem
sabe Paul, mas queria que você
ficasse comigo
mais um pouco, e olha que eu não
ia contar para
ninguém que você é louco. (Vitória
triste e
desaparecendo)
-- Esse é o jogo
de xadrez mais estranho que
joguei, parecia
real. Até ganhei de mim mesmo,
ra,ra,ra...
(Paul falando sozinho e rindo)
Parte
10
O
dia seguinte
“Como está frio. Que lugar frio é Pelotas!
Também, quem
manda eu morar no Sul?!? Acabei
de me levantar e
tenho que cuidar da casa, mas
quando me lembro
de ontem à noite fico
espantado com
Vitória. Está saindo melhor do que
eu esperava. Me
sinto à vontade com ela, pois ela é
uma ótima
companhia; mas confesso que estou
muito surpreso
com as atitudes dela, com suas
perguntas e
afirmações. Acho que quanto mais
espontânea nossa
conversa, mais eu penetro em
meu subconsciente.
Devo tentar interpretá-lo pois
aí está a chave
do sucesso do meu experimento.
Que meu subconsciente quer me dizer? Ou seja,
o
que Vitória quer
me mostrar? Devo pensar em
Vitória como o
meu “ eu “ interior; e claro que
minhas
lembranças do que vivi nessa casa, minha
propensão
genética a esquizofrenia somadas a
minha solidão
proposital está me ajudando a
manter contato com
minha amiguinha imaginária. (Paul pensando e se arrumando)
“Bom, vou
primeiro cuidar da cozinha, vou
passar um pano
no piso pois está encardido. Está
uma manhã
chuvosa em Pelotas e eu acredito ter
deixado a janela
da cozinha aberta, e deve ter
molhado tudo.
Acredito que se mentalizar a Vitória
ela poderá me
fazer companhia. Vou botar uma
música e fazer
meus afazeres com minha amiga
imaginária.“ (
Paul, descendo as escadas e indo em
direção a
cozinha e pensativo )
-- Bom dia,
Vitória!(Paul limpando o chão da
cozinha e
mentalizando Vitória)
-- Bom dia Paul!
Dormiu bem? (Vitória
reaparecendo)
-- Sim, Vitória
dormi muito bem, e você? (Paul
limpando o chão
da cozinha)
-- Eu dormi bem
também, e estive pensando na
nossa conversa
de ontem e...(Vitória)
-- É mesmo? No
que você pensou? “Que droga,
está tudo
molhado!“ (Paul limpando o chão,
aborrecido com a
cozinha )
-- Acho que você
precisa de mim Paul. (Vitória)
-- É mesmo? Por
quê?(Paul limpando o chão da
cozinha)
-- Você precisa
de uma companhia, e melhor do
que a minha
dificilmente você iria encontrar num
lugar como esse,
talvez por isso. (Vitória)
-- Então
Vitória, você realmente acha que a sua
companhia é
importante para mim? (Paul
surpreso e
terminando de limpar o chão da
cozinha)
-- Sim, eu acho!
Paul você tem amigos, não tem?
(Vitória)
-- Sim, Vitória,
eu tenho muitos!(Paul, lavando
as mãos)
-- Mas tem um
deles em especial que você goste
mais do que os
outros? (Vitória)
-- Você deve
estar se referindo ao Bruno. (Paul
fazendo o café
da manhã)
-- Ele é um cara
muito legal com você
provavelmente, e
você deve ser mais feliz com
ele do que com
uma suposta namoradinha que
porventura você
possa ter, não é? (Vitória)
-- Bom, eu gosto
dos dois. (Paul tomando café da
manhã, surpreso
com a Vitória)
-- É que eu acho
que o tempo que você passa
com o Bruno, é o
tempo que você passa fazendo
as coisas que
verdadeiramente você gosta, e o
mesmo talvez não
aconteça com o tempo que
você passa com
sua namoradinha, Qual é mesmo
o nome dela?
(Vitória)
--
Gislaine!(Paul tomando o café da manhã
surpreso com
Vitória.)
-- Isso!
Gislaine. É estranho, como eu sei certas
coisas sobre
você sem nem ao menos ter lhe
perguntado?
(Vitória)
-- Boa pergunta,
mas não tenho uma resposta,
pelo menos não
uma que você queira ouvir. (Paul
espantado com as
afirmações de Vitória e tomando
café da manhã)
-- Não sei,
ainda tenho minhas dúvidas. Você não
me parece muito
sincero.(Vitória)
-- Você acha é?
(Paul surpreso e tomando café da
manhã)
-- Sim eu acho,
talvez eu não esteja aqui por
acaso, ou seja,
você poderia ter criado um amigo,
uma criança ou
até mesmo um cachorro mas
preferiu uma
mulher.(Vitória)
-- Sim, uma
amiga. (Paul surpreso e terminando e
tomando café da
manhã.)
-- Bem, se você
quisesse só uma amiga porque
então ela teria
essa aparência tão sedutora quanto a
minha?(Vitória)
-- Já lhe passou
pela cabeça que eu poderia estar
querendo somente
uma amiga? (Paul surpreso,
terminando de
tomar café.)
-- Não sei, não
me convenceu, talvez precisasse
de uma mulher
que lhe dê algo que essa Gislaine
não dá. Como
você não teve coragem de procurar
uma então me
criou.(Vitória)
-- Me diz uma
coisa você tem ciúmes da
Gislaine?(Paul)
-- Não! Deveria?
(Vitória)
-- Por que
não?(Paul limpando a pia)
-- Porque sou
melhor que ela.(Vitória)
-- E por que
você acha isso?(Paul surpreso)
-- Porque senão
você não teria me criado.
(Vitória)
-- Então, em
resumo, você acha que você é uma resposta às minhas preces? (Paul surpreso)
-- É claro que
sou! (Vitória)
--
Huummm...entendo...mas você tem uma vaga
ideia do que
você realmente é?(Paul surpreso)
-- Tenho sim,
Paul. (Vitória nervosa)
-- Então, o que
você é? (Paul)
-- Sou uma
“PESSOA“, como você e como todo
mundo
ué!(Vitória)
-- Uma pessoa?
Como eu? Como todo mundo?
Você tem
sentimentos ou emoções? (Paul
assombrado)
-- Tenho. E em
particular por você! Não gosto da
ideia de você me
subestimar como pessoa, isso
me chateia
muito. (Vitória nervosa)
-- Bom Vitória,
preciso ir! Tenho que comprar
um cartucho de
tinta pra minha impressora e
terminar de
arrumar o resto da casa. (Paul
assombrado)
-- Eu posso ir
com você e lhe ajudar a escolher a
melhor marca da
tinta.(Vitória empolgada)
-- Não Vitória,
você fica aqui me esperando, tá
bom? (Paul)
-- Ah..., Paul
quero ficar mais com você!(Vitória
triste e desaparecendo)
“Bom, em relação
à Gislaine ela quer substituí-la
para completar
seu propósito de existência que é
me fazer
companhia, bem marcante os
sentimentos do
meu subconsciente ou Vitória.
Mas tem uma
coisa a mais do que isso
acontecendo. Ela
quer existir através de mim e
domar meu
consciente. O fato dela ficar nervosa
por eu tê-la
ignorado como pessoa,
propositalmente
é claro, é a maneira dela ou do
meu
subconsciente de dizer isso, por exemplo, no
modo dela se
auto-denominar como pessoa,
meu subconsciente
quer ficar no lugar do meu
consciente; é
claro que eu estou permitindo isso
para que minha
pesquisa saia com sucesso. (Paul
pensando)
Parte11
Um
mês depois
(Pelotas 5 de
Maio de 2010)
“ Já faz um mês
que estou com Vitória e confesso
que os dias não
seriam tão belos sem ela. Ela me
faz feliz em
todos os aspectos, a tal ponto que me
indago como
seria minha vida sem ela e, as vezes,
me esqueço de
que estou sozinho nesta casa. Ela é
tão graciosa;
feminina e mulher tão diferente da
Gislaine, que é
fria e opaca. Eu me divirto com as
brincadeiras e
risos de nós dois. Talvez eu estivesse
tendo uma grande
experiência em minha vida. Não
me surpreendo
mais com as falas dela, sei que tudo
vem de dentro de
mim o que torna tudo ainda mais
fantástico. Já
não me surpreendo com seu jeito de
ser, sentir e
pensar; ela parece uma pessoa de
verdade e, as
vezes, me lembro que ela não é
humana, ou seja,
eu não posso toca-la e senti-la
como uma mulher
de verdade. Penso que tudo isso
vai acabar daqui
há alguns meses e sem dúvida
alguma, sentirei
a falta dela. Hoje está uma tarde
ensolarado sem
nenhuma nuvem no céu, embora
muito frio. O
frio chegou mais cedo este ano no
Sul.” (Paul
pensando)
-- Bom, Vitória,
hoje a janta vai ser especial. Vou
fazer comida
alemã, chucrute com joelho de
porco, que tal?
(Paul)
-- Eu acho
ótimo, Paul. (Vitória reaparecendo e
sorrindo)
-- Vitória que
roupas são essas? ( Paul surpreso )
-- Que foi? Não
gostou? (Vitória)
“Vitória sempre
aparece com pulôver e calça
jeans, e hoje
que está frio, ela aparece com minissaia e blusinha decotada preta, aparecendo
suas
coxas e seios
maravilhosos e seu abdômen bem
definido. A
impressão que tenho é de que ela está
tentando me
seduzir, isso porque estou há um
tempo sem sexo e
meu subconsciente reconhece
isso fazendo com
que Vitória apareça de
maneira tão
provocante e sensual .“ (Paul
pensando)
-- Gostei,
Vitória! É que nunca tinha visto você
assim! (Paul
sorrindo, nervoso )
-- Bom, se
quiser que eu tire, eu tiro! (Vitória
começa a tirar
sua blusa decotada lentamente,
num tom de
provocação)
-- Não, não, não
precisa Vitória! Pode ficar
assim! Por
favor! (Paul nervoso)
-- Você é quem
sabe Paul, mas se quiser que eu
tire, eu tiro!
(Vitória ajeita sua blusa de maneira
provocante)
-- Tá bom
Vitória! Tá bom! Eu sei que você tira,
mas não precisa
tirar! (Paul nervoso)
-- Que foi Paul,
eu o deixo nervoso? (Vitória com
um tom
provocante)
-- Não, claro
que não! (Paul encabulado)
-- Paul, então
por que você está tão vermelho?
Será o clima?
Ra, ra, ra ..... (Vitória rindo e
provocando)
-- É Vitória, é
realmente o clima que me deixa
assim! (Paul
encabulado)
-- É mesmo?
Tenho minhas dúvidas, lhe conheço
bem Paul e sei
que estou lhe deixando nervoso
ra, ra, ra
...... (Vitória morrendo de rir)
-- Vitória, você
também não é fácil, eu realmente
demonstro
nervosismo? Me diz uma coisa, é tão
notório assim?
Ra, ra, ra ... (Paul rindo
descontraído)
-- Demonstra
sim, você fica muito engraçado,
fica com uma
cara estranha e muito vermelho ra
ra ra ....(
Vitória rindo )
-- Bom, quem
sabe eu já não vou preparando a
janta, a comida
vai demorar pra ser feita é melhor
ir fazendo antes
que fique muito tarde. (Paul
mudando de
assunto sem graça)
-- Precisa de
ajuda? (Vitória sorrindo)
-- Mas claro que
sim. (Paul saindo da sala e indo
para cozinha)
-- Quem sabe eu
corto o repolho enquanto você
prepara a carne?
(Vitória seguindo o Paul)
-- Claro! Ra,
ra, ra ....... (Paul rindo)
-- Do que está
rindo? Acha mesmo que eu não sei
cortar um
repolho? (Vitória muito séria)
-- Tudo bem
Vitória, você corta o repolho ra ra ra
...... “ela é
perfeita“. (Paul rindo e pensando e já
na cozinha com
Vitória)
-- Pelo visto
você ainda me subestima, mas hoje
você vai ter uma
surpresinha comigo. (Vitória
séria)
-- Uma surpresa?
Com você? (Paul)
-- Sim, Paul, eu
sou uma PESSOA cheia de
surpresas, aliás
você vai ter muitas surpresas
comigo nos
próximos dias para aprender a não
me subestimar
como PESSOA. (Vitória irônica)
-- Bom, aqui está
o repolho e a faca. Divirta-se
enquanto eu
tempero a carne ra ra ra ... (Paul
rindo,
temperando a carne na pia, de costas pra
Vitória)
-- Paul, Paul,
Paul ta brincando com coisa séria!
(Vitória séria
na mesa da cozinha vendo o Paul
de costas pra
ela)
-- É Vitória, é
o que o dia nos dá. (Paul
temperando a
carne)
-- Paul você
parece estar meio desanimado.
(Vitória)
-- É, fico
pensando na minha vida, e de como
tudo isso que está
acontecendo entre nós parece
loucura. (Paul
temperando a carne)
-- Você acredita
que o nosso relacionamento de
amizade tenha ido
longe demais? (Vitória feliz)
“Às vezes acho
que Vitória tem esperança que eu
a leve à Porto
Alegre, mas é claro que isso não
vai acontecer,
se bem que vou sentir muita falta
dela” (Paul
pensando e temperando a carne)
-- Paul, Paul,
Paul, pensando de novo, acho que
pra você a vida
se resume em pensar, não é
mesmo? (Vitória)
-- Bom, acho que
pensar faz parte da vida. Todos
nós deveríamos
pensar em algum momento das
nossas vidas.
(Paul terminando de temperar a
carne)
-- Sim Paul, mas
você acredita no excesso, você
pensa muito e
acaba me deixando sozinha, e o
pior é que só
pensa em coisas tristes. (Vitória)
-- Como pode
saber o que eu penso? (Paul
botando a carne
no forno)
-- É Paul, numa
dessas você tem razão, talvez eu
saiba o que você
pensa. A propósito, já terminei
de cortar o
repolho ra ra ra .... (Vitória rindo
muito, vendo
Paul de costas pra ela)
“Me viro e vejo
o repolho cortado! Estou branco,
pasmo e todos os
adjetivos conhecidos que dão
sentido ao que
sinto agora. Estou
APAVORADO! “ (Paul
olhando pra Vitória
com as mãos no
rosto deixando um garfo que
estava em sua
mão cair no chão, sem dar
importância a
ele.)
-- SURPRESA ra,
ra, ra .....! Você .... ra, ra, ra ....
está com uma
cara muito engraçada ra, ra, ra ...... ta
branco que nem
papel ra, ra, ra ......(Vitória rindo
muito)
-- Deixe-me
voltar ao normal. Eu preciso pensar
como isso
aconteceu. (Paul olhando para Vitória
com as mãos no
rosto, apavorado)
-- Eu não disse
que você teria algumas surpresas
comigo Paul! Da
próxima vez você não me
subestime mais
como pessoa. (Vitória séria)
“Na verdade quem
deve ter cortado o repolho sou
eu, é claro que
inconscientemente. Há muitos
casos de alguns
esquizofrênicos falarem que
outros fizeram
tais coisas, quando na verdade
eles mesmos
fizeram e realmente não se lembram
do que fizeram.
Os esquizofrênicos culpam suas alucinações por
fazerem coisas independentes de suas vontades, como Vitória cortando o repolho,
por exemplo.
Eu não me lembro
de ter cortado o
repolho, mas sei
que o cortei inconscientemente,
em algum momento
entre temperar a carne e
botá-la no
forno. Isso indica que devo ter perdido
a consciência
por uns momentos, de outra forma
não teria
explicação.
Tudo leva a crer
que no fundo do meu subconsciente eu
queria ou acreditei que Vitória pode ser real, embora meu consciente, ou seja,
meu racional, diga que não, que Vitória não existe. É como se minha mente quisesse
pregar uma peça em mim.” ( Paul
pensando e muito
branco)
-- Paul pensando
de novo, não é? (Vitória nervosa)
-- É, Vitória
por essa eu não esperava, Você
conseguiu se
superar mais uma vez . (Paul ainda
pálido.)
-- Você acha, é?
Às vezes eu acho que você
não sabe do que
eu sou capaz. (Vitória, empolgada)
-- Eu acho
.....eu acho......que estou confuso em
relação ao que
aconteceu agora! (Paul)
-- Eu ainda acho
Paul, que você não sabe
apreciar as
belas coisas da vida! (Vitória sorrindo)
-- Por exemplo,
Vitória ? (Paul sério)
-- Como uma
mulher bonita, loira e com grandes
atrativos como
eu sozinha com você numa casa
grande como
essa. O que lhe vem à cabeça Paul?
O que um homem
competente faria no seu lugar?
Ra,ra,ra...
(Vitória, rindo e se levantando e indo
em direção ao
Paul)
-- Então, você
me acha um homem incompetente?
Por essa eu não
esperava. (Paul, confuso)
-- Sabe Paul,
hoje você não esperava por muita
coisa, quem sabe
você não começa a usar a
cabeça. A de
baixo, é claro ra,ra,ra... (Vitória rindo
e dando um beijo
no rosto de Paul e se afastando
lentamente)
-- Vitória, como
você explica o que aconteceu
aqui? (Paul,
sério, mudando de assunto)
-- Você se
refere ao repolho? Acho que ele foi
cortado Paul!
Ra, ra, ra .... (Vitória, rindo muito)
-- Muito
engraçado! Tô morrendo de rir! (Paul
sério, e ainda
pálido)
-- O que quer
que eu diga Paul? Que o repolho se
cortou sozinho?
Ra,ra,ra...(Vitória, rindo)
Parte
12
O
que está acontecendo?
(Pelotas 12 de
Maio de 2010)
“Mais uma manhã
fria em Pelotas, perdi o horário
e me acordei dez
horas quando eu deveria ter
acordado às oito
horas. Tenho uma casa grande pra
limpar, ainda
comida pra fazer e meu diário pra
escrever
relatando minhas experiências com a
Vitória. Tenho
escrito meu diário periodicamente
da melhor
maneira possível, relatando os
acontecimentos.
Já se passou uma semana depois
do meu primeiro episódio
de alucinação, depois
desse tive
outros dois. O segundo aconteceu da
seguinte maneira
: “( Paul pensando no ocorrido e
se levantando e
se arrumando )
(Pelotas 7 de
maio )
“Caramba,
encontrei meu livro de fotografias dos
meus pais quando
eles se casaram“ ( Paul,
pensando )
-- Vitória, vem
olhar isso aqui! (Paul empolgado
no quarto a
noite abrindo um álbum de
fotografias)
-- Deixe-me ver
Paul. Que lindo! (Vitória,
sorrindo)
-- São meus
pais. (Paul, feliz)
-- Seu pai
parece com você! (Vitória)
-- É mesmo?
(Paul)
-- Sim, mas sua
mãe, não muito! ( Vitória )
-- Engraçado, as
pessoas me dizem o contrário...
que eu me pareço
com minha mãe. (Paul)
-- Pois é! Eu
ainda acho que não. (Vitória)
-- Bom, tá na
hora do sono, já são onze horas
amanhã te mostro
o resto. (Paul, fechando o
álbum de
fotografia e guardando na gaveta)
-- Paul, eu
quero olhar mais um pouco! (Vitória,
triste,
desaparecendo, vendo Paul guardando o
álbum de
fotografias)
“Até aí tudo
bem, mas na manhã seguinte
acordo e vejo o
álbum aberto em cima da mesa e
pergunto a
Vitória se ela sabe de alguma coisa, e
ela me fala que
tinha olhado o álbum durante a
noite, enquanto
eu dormia, e que esquecera
aberto. Talvez
eu tenha perdido a consciência
durante a noite
e aberto o álbum, embora Vitória
alegue que
tivesse sido ela. O que é,
evidentemente,
impossível.“ (Paul pensando no
ocorrido)
“Mas o terceiro
episódio foi bem mais
extraordinário,
aconteceu num supermercado
quando eu decidi
levar Vitória à cidade.
Aconteceu o
seguinte:“
(Pelotas 10 de
Maio de 2010)
-- “Então
Vitória como é estar entre as pessoas?
É bom?“ (Paul no
supermercado, falando com
Vitória por
pensamento)
-- É bom Paul,
mas o problema é que eu não
gosto de falar
com você por pensamentos, você
deveria falar
abertamente comigo. (Vitória, mas
só Paul pode
vê-la)
-- “Bom se isso
acontecesse todos os que estão
em nossa volta
estariam rindo de nós, pois eles
não enxergam
você.” ( Paul falando com Vitória
por pensamento)
“Para mim levar
Vitória num ambiente com
outras pessoas,
seria uma oportunidade única de
testar suas
decepções, e evidentemente, as
limitações de
minha mente“ (Paul relembrando
do ocorrido)
-- Você liga
muito pro que as pessoas pensam
Paul?! Tente
esquecer um pouco as pessoas.
(Vitória, mas
somente Paul pode vê-la)
-- “Bom, tenho
que pegar o papel higiênico“
(Paul com o
carrinho de supermercado falando
por pensamento)
-- “O Papel já
acabou?“ (Vitória, mas somente
Paul pode vê-la)
-- “Sim, não tem
nenhum em casa e nem em
nosso carrinho
de supermercado, você
concorda?“ (Paul
sorrindo e falando por
pensamento)
-- “Então eu vou
pegar pra você enquanto você
pega o presunto
e o queijo, tá bom?” (Vitória,
mas só Paul pode
vê-la.)
-- Bom eu não
tenho nada contra você pegar o
papel, desde que
você consiga segurá-lo ra ra ra
....... (Paul
rindo e falando por pensamento)
-- Me
subestimando de novo? Então espere e
verá! Vou pegar
seu papel higiênico, Paul.
(Vitória zangada
mas somente Paul pode vê-la)
-- Quem sabe
Vitória? Quem sabe ? Ra ra ra .... (
Paul rindo)
-- Ta, então tô
indo! Fui! (Vitória saindo)
“Foi então que
quando entro na parte de frios do
supermercado
Big, encontro Vitória com o papel
na mão me
largando charadas do tipo; viu só, eu
sou uma pessoa
ou eu sou capaz de fazer as
coisas! Então
foi que decidi ir onde Vitória
pegou o papel, e
para a minha surpresa, eu tive a
sensação de ter
estado lá. E o cara que marca
os preços do
supermercado falou que eu estivera
lá e deixei
minha chave cair, ele havia guardado
minha chave, me
entregou e disse pra tomar mais
cuidado. Como
isso aconteceu? Perdi minha
memória por mais
uns minutos de novo?” (Paul
relatando o
corrido)
“Bom, tenho a
acrescentar que tive um sonho
muito esquisito.
O sonho foi o seguinte: “ (Paul
pensando)
“Acordo numa
casa de madeira, tudo era muito
simples e tudo
era muito humilde. A impressão
que tenho é que
eu estava no campo, ouvia o galo
cantar, não era
bem cedo mas também não era
tão tarde.
Acredito que era umas 9 horas da
manhã, um pouco
tarde, para um galo cantar, eu
presumo. Quando
saio dessa cama estranha, com
lençóis e
colchão velhos e rasgado. Vasculho a
casa em todos os
seus poucos cômodos para ver
se há a presença
de algum habitante e, não
encontro
ninguém. A casa está deserta. Então
saio da casa em
busca de respostas, e vejo um
dia azul, muito
bonito, com calor que me fazia
suar, e um campo
florido de belas rosas de cores
vermelhas e
azuis; o detalhe e que eram muitas
rosas formando
uma passarela, com um caminho
feito de ouro e
as rosas vermelhas e azuis se
entrelaçavam,
indo em direção a uma garotinha
loira que me
chamava:“ (Paul narrando seu
sonho)
-- Paul, Paul,
Paul?!? Onde você está? Estive
procurando por
você há tanto tempo! Será que
você me
abandonou? (garotinha)
“Então eu vou
correndo em direção a ela em
busca de
respostas, indo através da passarela de
ouro, em meio
aquelas lindas flores
entrelaçadas.“
(Paul pensando no ocorrido)
-- Oi! Vi que
você me chamava, então vim
correndo até
aqui. Tem ideia de onde estamos?
Quem é você?
Onde estão seus pais? (Paul)
-- Estamos em
casa, eu sou Vitória, um pouco
mais nova
daquela que você conhece e você é
meu pai!
(Garotinha)
“Foi então que
escutei a voz do Bruno e a
Gislaine me
chamando, mas não podia vê-los,
somente escutá-los:“
(Paul relembrando o sonho)
-- Paul, Paul,
Paul...... onde você está? Paul, Paul,
Paul .......
(Gislaine e Bruno)
-- Estão me
chamando! Preciso ir! (Paul)
-- Não Paul!
Fica comigo! Não me deixe aqui
sozinha!
(Garotinha segurando na mão de Paul)
-- Não, sinto
muito, eu preciso ir! (Paul confuso
soltando a mão
da garotinha)
-- Paul você
deve ficar aqui e terminar de
percorrer este
caminho de ouro comigo. (Diz a
garotinha)
-- Não posso,
você não entende? Aqui não é meu
lugar. (Paul
confuso)
“Foi então que o
tempo mudou de repente, o
céu ficou preto
e relâmpagos e trovões
apareceram do
nada. As rosas começaram a
perder suas
pétalas com o forte vento, e foi então
que uma ventania
com uma chuva de pétalas,
surgiu. Comecei
a correr em direção as vozes da
Gislaine e do
Bruno mas não os encontrava,
escutava somente
a voz daquela garotinha
gritando:“ (
Paul relembrando )
-- Paul não vá,
não vá....! Por favor, não me
abandone! Eu te
amo! Não vá, não vá......
(Garotinha
gritando e chorando)
“ Foi então que
acordei. Esse sonho mostra que
Vitória está
tentando se manifestar em meus
sonhos? Ou seria
apenas um reflexo da minha
vida diária com
ela? (Paul se arrumando e
pensando).
“Bom, agora vou
arrumar a casa. É estranho, me
sinto tão
cansado mesmo dormindo tanto.“ (Paul
pensando e
descendo as escadas.)
-- Meu Deus, o
que será que aconteceu aqui?
(Paul pasmo na
sala)
“Eu estou vendo
a sala toda arrumada. É como se
alguém tivesse
arrumado a casa enquanto eu
dormia.“ ( Paul
pensando e muito assustado)
-- Vitória você
sabe alguma coisa sobre isso?
(Paul, branco)
-- Sim, Paul, foi
eu quem arrumou a casa enquanto você dormia. (Vitória reaparecendo)
-- Você arrumou
a casa enquanto eu dormia?
(Paul, apavorado
e branco)
-- Sim Paul, foi
eu quem arrumou a casa. Todos
os cômodos menos
seu quarto pois você estava
dormindo. Eu
queria lhe fazer uma surpresa e me
sentir mais
útil. Pela sua cara estranha você não
deve ter gostado
muito, não é mesmo? Ra, ra,
ra.... (Vitória
rindo sarcasticamente)
“Eu não sei o
que dizer, talvez o motivo de me
sentir tão
cansado deve ser porque eu estive
trabalhando a
manhã toda sem ter consciência
disso. Devo ter
perdido minha consciência por
um longo tempo.
Se isso continuar a acontecer eu
devo parar o
experimento, pois pode ficar
perigoso demais
continuar com ele. Estou
perdendo a noção
do que faço, isso não é bom,
embora seja
fascinante e indique que meu
experimento saiu
melhor do que eu esperava.“ (
Paul, branco
como papel)
-- Paul, a
Gislaine ligou, eu falei que você estava
dormindo e que
por mais que ela insistisse, eu
não lhe
acordaria. Falei no entanto que eu daria o
recado. Tudo bem
pra você?
-- E o que ela
queria? (Paul, apavorado)
-- Não sei, ela
não foi específica. Ela só disse que
falaria somente
com você. (Vitória)
-- Bom vou ligar
pra ela. ( Paul apavorado,
pegando o
telefone)
-- Alô,
Gislaine! Aqui é o Paul. Você me ligou?
(Paul,
apavorado)
-- Sim , quem
atendeu o telefone? (Gislaine,
confusa)
-- Não tenho
certeza. (Paul, apavorado)
--Como assim,
não tem certeza Paul? (Gislaine)
-- Quem você acha
que era Gislaine? (Paul,
apavorado)
-- Não sei, era
um homem imitando a voz de uma
mulher, dizendo
que era sua amiga. Atendeu o
telefone e me
disse pra lhe ligar mais tarde.
Quem era ela, ou
ele Paul? (Gislaine, confusa)
-- Bom, é uma
longa história, eu lhe ligo mais
tarde então.
(Paul, apavorado)
-- Como assim?
Eu quero saber agora!?!
(Gislaine,
confusa)
-- Agora não dá.
Confia em mim, amor, você vai
saber de tudo na
hora certa. Tudo bem? (Paul,
apavorado)
-- Tem alguma
coisa haver com seu experimento,
Paul? O Bruno
disse que eu não deveria ter
ligado pois você
queria ficar sozinho. (Gislaine,
confusa)
-- Sim,
Gislaine, o Bruno tinha razão. Você vai
saber tudo na
hora certa, tá bom? (Paul,
apavorado)
-- Tá bom, então
até breve. Eu te amo muito,
amor! (Gislaine)
-- Eu também te
amo! Até logo, amor. (Paul
apavorado
desligando o telefone)
“Então, falei,
com a Gislaine imitando a voz da
Vitória!
Fantástico! E eu nem me lembro disso!“
(Paul apavorado
e branco)
-- Paul, seu
garotinho levado, tendo maus
pensamentos de
novo? (Vitória)
“-- Então você
sabe o que penso? (Paul mais
calmo)
-- Sim. O tempo
todo. Sei também de seus
sonhos, posso
senti-los. (Vitória)
“Eu já deveria
ter percebido isso, meu
subconsciente
tem acesso aos meus pensamentos.
Até mesmo quando
Vitória não está presente.“
(Paul pensando e
mais calmo)
-- É isso mesmo
Paul! (Vitória, lendo os
pensamentos de
Paul)
“O sonho com
aquelas rosas entrelaçadas
tentavam me
mostrar isso.“ (Paul surpreso e
pensando)
-- Muitos dos
seus pensamentos me magoam, e
me sinto muito
triste com eles. Em pensar que
você pretende me
abandonar um dia. (Vitória)
-- Eu sinto
muito! (Paul)
-- O que fiz a
você? Lhe trato com amor, com
carinho e você
só pensa em me deixar? Limpo a casa, faço companhia e te trato tão
bem! Eu acho que
não mereço isso, eu tenho sido
uma pessoa super
legal com você. (Vitória)
-- Vitória! Você
por saber pelo o que eu penso deve
ter uma ideia do
que você é. (Paul confuso
insistindo no
assunto)
-- Não, Paul eu
não sou seu brinquedo! Tenho
sentimentos! Não
percebe? Você não pode
continuar me
usando assim como bem entende!
(Vitória)
-- Tudo bem
Vitória, como quiser.(Paul)
-- E ai Paul
gostou da limpeza? (Vitória)
-- É eu estou
impressionado! (Paul)
-- Que bom que
gostou. Eu fiquei preocupada
que talvez eu
não tivesse arrumado as coisas do
seu jeito.
(Vitória)
-- Vitória me
diga! Como você exatamente arrumou a casa? (Paul sério)
-- Eu acordei
mais cedo e resolvi lhe ajudar um
pouco! (Vitória)
-- Vitória, você
sabe que eu não posso lhe tocar e
que você é
transparente ao meu tato. Não sabe?
(Paul sério
passando a mão através de vitória)
-- Não, Paul,
você não pode me tocar ainda, mas
logo o fará.
(Vitória séria)
-- Como? (Paul)
-- Da mesma
forma que você toca qualquer
pessoa
ra,ra,ra... (Vitória rindo sarcasticamente)
-- Vitória
chega! Deu! Quero ficar sozinho hoje!
Você já
extrapolou os limites! Preciso pensar.
(Paul zangado)
-- Não, não,
não, nãooo ............ (Vitória gritando
e desaparecendo)
-- Ela tá me
enlouquecendo, preciso fazer alguma
coisa. Talvez meu
botão de liga e desliga possa
não funcionar da
próxima vez com ela.
Parte
13
Acontece
o impossível
(Pelota 13 de
Maio , 6 horas da manhã)
-- Então eu
morri; então é o fim. Onde estou ?
(Paul sonhando)
-- Está no céu
meu filho, ou seja, em casa. (Mãe
do Paul no
sonho)
-- Em casa? Este
lugar não se parece com minha
casa ao ponto em
que não vejo a você nem a
Deus. Por que
não lhe vejo mãe? Vejo somente
um céu negro com
uma única estrela, que é muito
brilhante e que
parece me chamar. (Paul
sonhando)
-- Onde se
encontra é o céu, eu lhe disse. O céu
reflete seu
caminho na humildade e um homem
bom, porém
infeliz, sem perspectiva de mudança.
(Mãe do Paul no
sonho)
-- Mas e a
estrela mãe que me chama tanto? O
que é ela? (Paul
no sonho)
-- É a vida lhe
chamando Paul, lhe seduzindo a
fazer coisas
erradas, é como se o anjo belo
(Demônio) lhe
chamasse pra viver ao modo dele.
Ele lhe oferece um caminho de ouro, mas porem
o céu lhe
oferece um caminho de diamantes,
embora ainda não
seja possível. Se continuar
vivendo a vida
dos justos logo terá o que quer, a
felicidade.
Filho, não saia desse caminho dos
justos que tem
andado até agora, a vida sem ele é
muito dura. Siga
meu conselho e logo será feliz,
não deixe o anjo
belo lhe seduzir por nada nesse
mundo! Se você
não me vê é porque a estrela
ainda lhe chama
e você corresponde aos desejos
dela. Filho toma
cuidado; lhe amo adeus! ( Mãe
do Paul no sonho
)
-- Mãe, mãe,
mãe! Cadê você? Não escuto mais a
sua voz! Mãe!
(Paul no sonho, gritando)
-- Oi, você é
Deus? (A garotinho, do sonho
anterior de
Paul, só que com asas de anjo)
-- Não
garotinha, eu não sou Deus. Vem cá, você
não me parece
estranha. Eu lhe conheço? (Paul
sonhando)
-- Acho pouco
provável, mas se você não é Deus
poderia pelo
menos me ajudar a encontrar meus
pais. Me
disseram que eles estariam por aqui ou
na estrela.
(Garotinha com asas)
-- Aqui
certamente não estão. Mas na estrela
também não.
(Paul sonhando)
-- Por que não?
(Garotinha com asas de um anjo)
-- Porque a
estrela é má, é um lugar de pessoas
ruins. (Paul no
sonho)
-- Mas se meus
pais tiverem entrado lá por
engano?
(Garotinha com asas)
-- Não sei linda
menininha, não sei! O que quer
que eu faça?
(Paul sonhando)
-- Poderia ir
comigo pelo menos até a entrada
para eu
verificar, Que tal? (garotinha com asas)
-- Tudo bem, já
não tenho mais o que fazer aqui.
(Paul triste por
ver a voz de sua mãe desaparecer
no negro
infinito a sua volta, no seu sonho,
criando asas
como as da garotinha)
-- Então, eu
tenho asas? (Paul com asas como a
da garotinha)
-- Vamos Paul!
Não é longe! Você consegue!
(Garotinha com
asas voando em direção à estrela
com Paul)
-- Como sabe meu
nome? (Paul no sonho,
voando com a
garotinha em direção a estrela)
-- Não sei, simplesmente
sei o seu nome; como
se você tivesse
a cara de Paul, entende?
(garotinha com
asas voando com Paul)
-- Tudo bem,
vamos fingir que sim. O importante
é ver se seus
pais estão na estrela ou não. (Paul
voando com suas
asas junto à garotinha)
-- Já chegamos?
Nem tivemos quase o trabalho
de voar direito!
(Paul com asas no sonho)
-- Sim Paul,
quando a estrela nos chama e a gente
responde com
vontade de atendê-la, a viagem
acaba sendo mais
rápida. ( Garotinha com asas )
-- Tanto assim?
(Paul)
-- Sim Paul,
tanto assim. (Garotinha)
-- Humn, a
estrela está me sugando, eu não posso
me mover e
também não tenho ninguém que me
ajude. E agora?
Me ajudem! Me ajudem! Não
quero entrar!
Socorro!...! socorro..., Minha
nossa! Eu caí no
conto do anjo belo! (Demônio).
Mãe...! Mãe...!
Mãe ...! Me ajuda! Socorro...!
(Paul perdendo
suas asas sendo sugado pela
estrela no
sonhando)
-- Sinto muito
Paul, mas precisava ser assim.
(Garotinha com
asas olhando Paul sendo sugado
pela estrela)
-- Bom dia Paul!
(Vitória acordando Paul)
--Humm...! O
que...!?! (Paul acordando,
desorientado)
-- Sonhando
bastante? (Vitória perto da cama
aonde Paul está,
e sentada numa cadeira)
-- Você aqui!
Como? Eu não lhe chamei!?! (Paul
confuso vendo
Vitória com sua roupa
provocante, rosa,
mostrando suas lindas pernas e
seios)
-- Eu sei, eu já
não apareço e desapareço mais
quando você
quer. (Vitória)
-- Mas como?
(Paul confuso)
-- Acho que
estou ganhando vida Paul. (Vitória)
-- Impossível!?!
( Paul )
-- É mesmo,
então me toque e verá que tenho
razão. (Vitória
perto de Paul na cama)
-- Humm, eu
sinto seu rosto..., Meu Deus como
isso é possível?
Como isso foi acontecer? (Paul
apavorado por
tocar em Vitória e sentir seu tato)
“Acho que já
posso ser considerado como um
esquizofrênico,
em certos casos de esquizofrenia
e psicoses
graves, pessoas conseguem tocar suas
alucinações, e
por isso afirmam que elas são
reais, quando na
verdade não são.“ (Paul
pensando
apavorado)
-- Era você no
sonho, não era? (Paul pasmo)
-- Acho que sim,
Paul. Não tenha medo, eu não
vou te fazer
mal. Eu te amo demais pra isso.
(Vitória se
aproximando mais de Paul)
“Seguro a mão de
Vitória e nossos dedos se
entrelaçam no
ar, então toco sua face com a outra
mão e sinto sua
pele lisa. Olho dentro de seus
olhos castanhos
brilhantes claros e a beijo, passo
a mão em seus
longos cabelos loiros e lisos, abro
sua blusinha
decotada, rosa, e vejo seus lindos
seios. Toco-os,
ela começa a tirar minha roupa e
eu o restante da
dela. Começamos a fazer amor e
sinto uma sensação
de prazer indescritível, como
nunca sentira
antes com outra mulher; como se
eu estivesse
fazendo amor com uma Deusa.“
(Paul pensando e
fazendo amor com Vitória)
“Estamos fazendo amor há horas e não consigo
parar. Não
consigo ser saciado e ela quer
continuar
fazendo amor mais e mais comigo. É
como se o céu se
abrisse pra mim, é como se
Deus me estendesse a mão e me levasse até o
paraíso. Nunca
senti nada assim em toda minha
vida, é uma
sensação extraordinária de prazer
que sinto ao
fazer amor com ela .“ (Paul
pensando e
fazendo amor com Vitória)
“Não estou
fazendo amor somente com Vitória.
Estou fazendo amor com uma parte de mim
muito bonita,
que eu desconhecia até agora, mas
que sempre
esteve comigo. Ela é minha metade e
eu a dela. Somos
uma só pessoa unidas pelo
pensamento e
pelo tempo.“ (Paul pensando e
fazendo amor com
Vitória)
“Foi então que
paramos, foi então que tudo ao
nosso redor
também parou. Um enorme silêncio
se fez, não dava
para ouvir o som dos pássaros ou
qualquer outro
som. As únicas coisas que
ouvíamos eram os
nossos suspiros.“ (Paul
pensando deitado
ao lado de Vitória)
-- Paul vou ao
banheiro. (Vitória sorrindo)
-- Ao banheiro!
Você! (Paul surpreso)
-- Sim, por que
não? (Vitória se levantando nua
indo até o
banheiro)
“Enquanto Vitória
vai ao banheiro, vejo uma
mancha de
esperma na cama, evidentemente não
houve penetração
vaginal, todo o nosso amor não
passou de um
delírio da minha mente. Vitória
não é real embora
eu possa tocá-la, senti-la e
amá-la. Deus
acho que estou ficando maluco!“
(Paul pensando)
Parte
14
Bons
momentos
“No mesmo dia
que fizemos amor, eu e Vitória
passamos o dia
juntos. Demos um passeio no
centro, nós dois
nos comunicávamos por
pensamentos para
que as pessoas não me
achassem maluco,
mas ela insistiu em andar de
mãos dadas o que
provocava alguns risos de
terceiros
indesejados, pois chamou um pouco de
atenção, por
mais que eu disfarçasse. Era um dia
bonito, e a
noite que acaba de chegar está mais
bela ainda,
cheia de estrelas e com uma lua
belíssima. Relativo
ao que houve ainda estou meio
perdido, sem
saber o que fazer, estou deixando a
coisa toda rolar
e não sei onde vai parar. Acho
que estou
vivendo um romance com meu
subconsciente,
não sei se isso é certo ou errado,
só sei que estou
adorando. Acho que é hora de
botar um freio
nisso tudo e dar um basta nessa
situação,
acredito que não devo me relacionar
mais com Vitória
por razões éticas, morais e
infinitamente
NORMAIS. O que estou vivendo é
um completo
absurdo, um completo devaneio
mental, no qual
eu não consegui assimilar até
agora direito.
Nesse momento, estou na sala e
dentro em breve
Vitória descerá as escadas e fará
uma pizza pro
jantar. Ela insistiu que queria fazer
a tal pizza, e
eu disse a ela que ela estava certa e
que o lugar de
mulher é realmente na cozinha; é
claro que depois
do que falei ela me mandou
longe.” (Paul
pensando sentado no sofá)
-- E aí Paul,
com fome? (Vitória descendo as
escadas para na
sala)
-- Vitória, o
que você estava fazendo lá no meu
quarto? (Paul levantando-se
do sofá e acompanha
Vitória até a
cozinha)
-- Tomando
banho? (Vitória na cozinha com
Paul )
-- Tomando
banho? Como? (Paul surpreso e na
cozinha com
Vitória)
-- No seu quarto
tem suíte, se esqueceu? (Vitória
sorrindo)
-- Não é bem
isso que eu esperava que você me
respondesse.
(Paul)
-- Entendo, você
queria que eu respondesse que
eu não tomei
banho e que estou mal cheirosa, é
isso? (Vitória)
-- A pergunta
Vitória, foi a seguinte: Você
precisa de
banho? Ra, ra, ra ....( Paul rindo)
-- Sim como
qualquer pessoa normal! E vê se
para de rir!
Porque eu existo e sou uma pessoa!
(Vitória zangada
)
-- Desculpa, mas
eu não consigo evitar. Ra, ra, ra
....to ...maluco
só pode ser ra, ra, ra ......( Paul
tentando parar
de rir.)
-- Seu sem
graça! (Vitória zangada)
“É
impressionante como eu tenho uma
imaginação
fértil. Vitória vai ao banheiro, pega o
papel no
supermercado, atende o telefone e limpa
até mesmo a
casa.“ (Paul pensando)
-- Paul! Acho
que não preciso lembrá-lo que leio
seus pensamentos
danados, não é mesmo?
(Vitória abrindo
a geladeira)
-- É verdade,
ainda tem essa, você pode ler meus
pensamento. O
que horror! (Paul sentado na
mesa da cozinha)
-- Tente não se
esquecer disso, seu danadinho.
(Vitória tirando
os ingredientes da pizza da
geladeira)
-- É que eu não
consigo me controlar. (Paul)
-- Paul você
prefere o presunto e o queijo inteiros
ou picados, na
pizza? (Vitória)
-- Infinitamente
picados. (Paul)
-- Então tá.
(Vitória picando o presunto e o
queijo)“Conforme
Vitória pica o presunto e o queijo
minhas mãos vão ficando
sujas de queijo e
presunto. É
extraordinário.” (Paul pensando )
-- Ai...! Ui...!
Cortei meu dedo!?! (Vitória)
-- Eu sei
Vitória, meu dedo também está
sangrando. (Paul
assustado)
-- Vai ver você
deve ter se cortado em outro
lugar, ora
bolas... (Vitória sem graça chupando o
dedo cortado)
-- Obrigado
Vitória, por chupar o dedo, assim
meu corte também
vai parar de sangrar. (Paul
vendo a mancha
de sangue desaparecer do seu
dedo)
-- Para Paul!
Você tá chato hoje, hein!?! (Vitória
sem graça
botando a pizza no forno)
“Vitória ou meu
subconsciente não aceita o fato
de ser
considerada como uma garota imaginária,
pois ela
realmente acredita que é uma pessoa e
que tem
sentimentos. No fundo eu também
queria que ela
fosse real; mas eu sei que ela não é,
e isso me
machuca muito por dentro. No dia em
que eu tiver que
me desfazer dela, vai ser um dia
muito triste pra
mim.“ (Paul pensando)
Parte
15
Narciso
(No dia
seguinte, duas horas da tarde)
“Já são duas da tarde, estou sozinho no meu
quarto
escrevendo minhas últimas experiências que
eu vivenciei com
meu subconsciente, todas essas
experiências
devem ser registradas, inclusive meus
sonhos. Os
sonhos que tenho tido são pistas que
meu
subconsciente me dá sobre Vitória, o motivo
dela ser tão
perfeita. Eu me pergunto como eu
posso ter ido
tão longe, como deixei meu
subconsciente se
manifestar tanto de modo que eu
não possa mais
controlá-lo.“ (Paul pensando e
escrevendo sua
experiências com Vitória, sentado
na frente do
computador)
-- Oi Paul!
(Vitória)
-- Ai...!!! Que
susto! O que estava fazendo lá
embaixo? (Paul)
-- Vendo
televisão. (Vitória)
-- Estranho...
eu não ouvi o barulho da televisão.
(Paul)
-- O que quer
que eu diga Paul? (Vitória)
-- Tudo bem!
(Paul)
“Eu havia pedido à Vitória que se retirasse
por
uns momentos
porque eu queria ficar sozinho
escrevendo meu
trabalho, ela havia dito que iria
ver televisão,
mas não escuto o barulho da
televisão. Isto
prova que ela desapareceu por uma
hora e depois
voltou.“ (Paul pensando)
-- Paul! Acho que
você ainda duvida da minha
existência!
(Vitória, zangada)
-- Não,
imagina... eu nunca falaria uma coisa
dessas.(Paul,
irônico)
-- Falar não,
pensou! (Vitória, zangada)
-- Eu...!!!!!
Imagina... (Paul, irônico)
--Sei! (Vitória,
zangada )
-- Jamais pensaria
uma coisa de você gatinha.
(Paul, irônico)
-- É, eu tenho
certeza que não! E sabe por
que?(Vitória,
zangada)
-- Por que?
(Paul)
-- Porque eu
existo, e eu sei que você jamais
duvidaria disso.
(Vitória, zangada)
-- Claro que não
amor! Você anda, fala e até
arruma a casa
ra,ra,ra... (Paul, rindo)
-- Engraçado,
né? (Vitória)
-- Não Vitória,
eu tô rindo de outra coisa que eu
me lembrei.
(Paul, irônico)
-- Bom Paul,
você sabe que leio seus
pensamentos né?
(Vitória.)
-- Bom, o que é
perfeitamente normal para uma
moça da sua
idade ra,ra,ra...(Paul, rindo)
-- Paul, como
você é maldoso, seu perverso.
(Vitória,
zangada)
-- Podemos mudar
de assunto? (Paul)
-- Sim, mas é
bom lembrar que a nossa
conversinha
ainda não acabou, e que ela vai ter
continuação mais
tarde. (Vitória, irônica)
-- Sim senhora,
mulher de carne e osso. Como
queira. (Paul)
-- Paul, mudando
de assunto, como você tá
ficando gordo,
vai fazer uma dieta. E começa
hoje. (Vitória
irônica)
-- Eu hein! Me
erra. (Paul)
-- Hoje vai
comer salada. (Vitória )
-- Mas o que?
(Paul, surpreso)
-- É, pra diminuir
essa sua “bunda” que tá
ficando
gorda.(Vitória)
-- Afinal de
contas, você é uma mulher ou uma
tragédia? (Paul)
-- As duas
coisas e isso porque eu existo, e se
você quiser
continuar a beliscar a minha
“bunda”, você vai
ter que diminuir a sua que tá
ficando enorme.
(Vitória)
-- Como assim?
(Paul)
-- Leia meus
lábios que são de carne e osso Paul:
”DIETA”(Vitória)
-- Vitória...!
Não...! (Paul)
-- Ra,ra,ra...
bomzinho! (Vitória)
-- E se eu não
fizer! (Paul, assustado)
-- Ai! De noite
não tem festinha.(Vitória, irônica)
-- Ai...! Isso
me dá arrepios... Para... eu não posso
fazer dieta!
ai... só de pensar eu sofro! (Paul)
-- Claro que
pode, basta querer! (Vitória )
-- Bom, então
vou lhe pegar no colo assim...!
(Paul levantando
da cadeira e pegando Vitória no
colo.)
Ai Paul...!
Parece um selvagem ...!(Vitória)
--Você não viu
nada ainda! Tem que me ver em
um churrasco.
(Paul levando Vitória pra cama.)
-- Mas o que
você faz em um churrasco?
(Vitória)
-- Eu como de
boca aberta ra, ra, ra ..... (Paul
imitando uma
risada maligna, na cama deitado
com Vitória)
-- “Aiiiii...!”
Que nojo...! (Vitória na cama com
Paul.)
“Então eu tiro a roupa dela e ela a minha
novamente, então
fazemos amor pela segunda
vez e voltamos a
viver um narcisismo que
começou na minha
infância, deu um tempo na
juventude e
retornou na minha fase adulta. Não é
todo mundo que
consegue fazer amor consigo
mesmo; eu me
sinto o homem mais completo do
mundo. Em pensar
que fazer amor comigo
mesmo é a melhor
coisa do mundo, é o maior
grau que o ego
humano pode chegar, é como se
beijar no
espelho ou fazer amor consigo mesmo
numa cama vazia
tendo “tesão“ pelo travesseiro .
“ ( Paul
pensando e fazendo amor com Vitória)
“De repente me
sinto livre, me vejo com asas
como no sonho e
liberto das minhas
preocupações,
liberto de Porto Alegre e livre do
amanhã. O único
momento que existe agora é o
presente e esse
doce amor narcísico que estou
vivente com meu
“Eu “interior. Parece tão real
esse corpo de
mulher com essa pele macia que
toco com a
minha, parece tão verdadeiras essas
mãos de mulher
que alisa meu corpo com toques
quentes e
delicados. Escuto as batidas do coração
dela e
tristemente me lembro que o único coração
capaz de bater é
o meu; o meu coração bate forte
por nós dois.“
(Paul pensando e fazendo amor
com Vitória.)
“Então novamente
o silêncio, sem pássaros e sem
carros, somente
o silêncio e as lembranças do
amanhã, as
lembranças de Porto Alegre e da
minha vida como
era até então, antes de Vitória.
Porque será que
é sempre assim quando
acabamos de
fazer amor“. (Paul pensando
deitado ao lado
de Vitória)
-- Paul, vou
descer e tomar um copo de água.
(Vitória)
-- Tudo bem eu
fico aqui lhe esperando. (Paul)
-- Fui. (Vitória
saindo e descendo as escadas)
“ Então quando
eu me viro, vejo uma mancha de
esperma na cama,
indicando que não houve
penetração
vaginal durante nosso amor,
mostrando que
Vitória nada mais é que um
delírio da minha
mente, capaz de sentir ciúmes e
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